Mujica lamentou que o Tratado de Assunção, que deu origem ao Mercosul, "um nobre sonho de nossos antepassados", tenha ficado "congelado" (©AFP/Arquivo / Pablo Porciuncula)
Da Redação
Publicado em 6 de maio de 2014 às 09h20.
Montevidéu - O presidente do Uruguai, José Mujica, afirmou nesta quinta-feira, logo após chegar de viagem oficial ao Brasil, que um de seus objetivos com a visita foi pedir para a presidente Dilma Rousseff apostar numa "volta às origens do Mercosul".
"Estamos pedindo para que a circulação de mercadorias e de pessoas seja uma coisa cotidiana, como foi estabelecido no Tratado de Assunção. Teremos que verificar tarifas locais, é preciso estudar linha por linha, mas apostamos em dar um passo adiante", expressou o presidente em sua chegada ao aeroporto de Montevidéu.
Mujica lamentou que o Tratado de Assunção, que deu origem ao Mercosul, "um nobre sonho de nossos antepassados", tenha ficado "congelado" e salientou seu desejo de "aprofundar" esse caminho "diante das dificuldades".
"Estamos tentando discutí-lo, transformá-lo, para que a circulação de mercadorias e de pessoas seja uma coisa cotidiana, como estava proposto na formação do Mercosul", reiterou.
Durante sua visita a Brasília, Mujica discutiu com Dilma alternativas para abrir mercados, aproveitar a capacidade de consumo do Brasil e encorajar os investimentos em seu país, algo em que o Uruguai encontrou "franca compreensão e vontade política".
Nesse sentido, ambos países concordaram em alimentar a cooperação em ciência e tecnologia, a integração das bases de produção e a interconexão na área energética.
As medidas protecionistas estabelecidas pelo governo da Argentina, parceiro do Uruguai no Mercosul ao lado de Brasil e Paraguai, despertaram nas últimas semanas duras críticas ao funcionamento do bloco, tanto por parte de empresários como do executivo uruguaio.
O Uruguai chegou a considerar as medidas uma "violação" aos acordos do Mercosul.