Economia

União vai repassar R$ 11 bi recebidos com leilão de petróleo aos Estados

Secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, afirmou nesta segunda, 5, que quantia corresponde a 15% do valor líquido que será arrecadado em leilão

Waldery Rodrigues: secretário da Fazenda informou sobre acordo do Executivo com Estados e municípios (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Waldery Rodrigues: secretário da Fazenda informou sobre acordo do Executivo com Estados e municípios (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 5 de agosto de 2019 às 16h28.

Última atualização em 5 de agosto de 2019 às 17h33.

O secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, afirmou nesta segunda-feira que 15% do valor líquido que a União receberá do megaleilão do petróleo será partilhado com os Estados, correspondendo a R$ 11,5 bilhões.

Segundo ele, o valor foi acordado entre governadores e representantes dos Estados e municípios.

Rodrigues explicou também que, além dos 15% do valor líquido que a União receberá do megaleilão do petróleo que serão partilhados com os Estados, os municípios receberão outros 15%. Os 30% que serão repassados aos entes federativos correspondem a cerca de R$ 21,9 bilhões.

A União definiu em R$ 106,6 bilhões o valor do bônus de assinatura que será pago pelas empresas vencedoras, "estimados para o final do ano o recebimento", observou Waldery. Segundo o secretário, após o pagamento à Petrobras na ordem de R$ 33,5 bilhões, sobram R$ 72 bilhões, dos quais sairá a fatia de 15%.

"Sobram R$ 72 bilhões, para o qual nós acordamos com governadores, representantes dos Estados e municípios, uma partilha de 15% desse líquido para Estados e 15% para União, esse foi um movimento que partiu do Executivo. Só nesse movimento, a gente está cedendo de receita primária da União de R$ 11,5 bilhões da União para os Estados", disse Waldery.

A medida foi posta em mesa durante audiência que reúne representantes dos Estados, União e do Ministério da Economia no Supremo Tribunal Federal (STF) para discutir os repasses relacionados à Lei Kandir. A audiência foi convocada pelo ministro Gilmar Mendes, que é relator de ação na Suprema Corte, que trata do tema.

Depois de Gilmar conceder, em fevereiro deste ano, o prazo de mais um ano para que o Congresso aprove a metodologia de cálculo para definir os repasses do governo relativos à Lei Kandir, os Estados pediram a Gilmar que haja alguma regra de transição até que o Parlamento tome uma decisão. A legislação prevê que a União compense os Estados pelo ICMS que deixa de ser arrecadado com a desoneração das exportações.

A União não apresentou até o momento proposta sobre os repasses da Lei Kandir, mas listou propostas que visam a favorecer os Estados na distribuição de recursos - entre elas a partilha do megaleilão. Waldery também lembrou as discussões sobre o pacto federativo, o plano Mansueto, e também as mudanças nos chamados fundos constitucionais.

Como mostrou o Broadcast/Estado nesta segunda-feira, o Ministério da Economia vai propor um aumento de 50% dos recursos para o Fundeb, o fundo que atende a educação básica no Brasil. Em entrevista ao Broadcast/Estado, Waldery antecipou que a ideia é saltar dos atuais R$ 13 bilhões para R$ 19,5 bilhões.

As falas dos representantes do governo na audiência indicam que a União está disposta a cuidar de propostas que tenham efeitos futuros para os entes, e não sobre os repasses da Lei Kandir. Eles lembraram parecer da área técnica do Tribunal de Contas da União (TCU) que concluiu que a União não tem mais a obrigação de fazer repasses bilionários aos Estados por causa da Lei Kandir.

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