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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.
Brasília - A Comissão Europeia (CE), órgão executivo da União Europeia, recomendou hoje (6) que o bloco inicie negociações com o Brasil para a abertura dos mercados de transporte aéreo dos dois lados. A expectativa é aumentar em 335 mil pessoas o fluxo de passageiros entre as duas regiões. Acredita-se que a liberalização do setor aéreo resultaria em um aumento na oferta de voos e, consequentemente, haveria uma redução dos preços das passagens. As informações são da BBC Brasil.
O tratado consistiria em estabelecer para as companhias aéreas europeias e brasileiras regras comuns de segurança, direitos de passageiros, utilização de rotas e frequências e permitir que as empresas operem, em iguais condições, em todo o espaço aéreo da UE e do Brasil. O acordo também poderia remover restrições a investimentos estrangeiros em companhias nacionais.
Calcula-se que só no primeiro ano, o acordo resultaria numa economia de 460 milhões de euros (mais de R$ 1 bilhão) para os consumidores, de acordo com estudo de impacto econômico realizado pela CE. De acordo com o porta-voz de Transportes da Comissão Europeia, Dale Kidd, além da economia, a qualidade dos serviços também melhoraria. Com mais voos diretos, a duração das viagens poderia diminuir e o conforto aumentaria para muitos passageiros.
A União Europeia estima que todos esses fatores estimulariam a demanda e contribuiriam para um aumento do turismo entre a Europa e o Brasil, criando empregos e melhorando ambas as economias. O momento é de especial importância se consideramos que o Brasil sediará a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016, lembrou o comissário europeu de Transportes, Siim Kallas.
Outro benefício direto da abertura do setor seria a redução dos custos de exportações e importações, que poderiam resultar em um aumento nos intercâmbios comerciais e nos investimentos estrangeiros diretos, argumenta a CE. A negociação do acordo com o Brasil é também uma reivindicação dos aeroportos europeus, que consideram que a liberalização desse e de outros mercados estratégicos pode ajudá-los a se recuperar da crise, segundo autoridades de Bruxelas.
Para que comece a ser negociada, a proposta de Bruxelas tem que ser aprovada pelos ministros de Transportes dos 27 países-membros da União Europeia.