Logo do Fórum Econômico Mundial: principais políticos da Europa defenderam um acordo no qual os Estados aceitariam quotas de refugiados (Christian Hartmann/Reuters)
Da Redação
Publicado em 21 de janeiro de 2016 às 16h19.
Davos - A União Europeia poderia desmoronar caso os Estados-membros não cheguem a um acordo para lidar com a crise dos refugiados e os desafios de segurança durante os próximos meses, alertaram nesta quinta-feira os líderes reunidos no resort suíço de Davos.
Um dia após a Áustria anunciar uma redução formal no número de refugiados cuja entrada permitiria neste ano, elevando a pressão sobre a chanceler alemã Angela Merkel para fazer o mesmo, os principais políticos da Europa defenderam um acordo no qual os Estados aceitariam quotas de refugiados.
Mas eles admitiram que tal acordo se manteve ilusório, com muitos países, incluindo grande parte da Europa central, se recusando a aceitar qualquer imigrante.
“Não sou ingênuo”, disse o primeiro-ministro da Suécia, Stefan Lofven, a repórteres quando questionado sobre as perspectivas de um acordo rápido.
"Meu argumento para os países que não estão dispostos a aceitar os refugiados é que, se não podemos lidar com isso, a União Europeia estará em risco. Se não podemos fazê-lo há um risco para Schengen", disse ele, referindo-se à zona de livre circulação na Europa.
Lofven e o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, disseram que a Europa tinha de seis a oito semanas para encontrar uma solução.
Caso contrário, o fechamento de fronteiras poderia enfraquecer a livre circulação, um dos princípios fundamentais da União Europeia, atingindo o comércio e levantando questões sobre o futuro do bloco, já ameaçado por um referendo britânico iminente sobre a permanência da Grã-Bretanha no bloco.
O primeiro-ministro francês, Manuel Valls, disse que a crise dos refugiados e o desafio da segurança na Europa representam ameaças existenciais. "O projeto europeu pode morrer, não em décadas ou anos, mas muito rápido, se não formos capazes de enfrentar o desafio da segurança", disse Valls à plateia em Davos, dois meses depois dos ataques de militantes islâmicos em Paris, que mataram 130 pessoas.