Avião da Cruz Vermelha em Mogadíscio, na Somália (AFP / Stringer)
Da Redação
Publicado em 3 de novembro de 2012 às 16h36.
MOGADÍSCIO - A União Europeia enviou 158 milhões de euros (200 milhões de dólares) para a Somália melhorar a educação, o sistema judiciário e a segurança no país, disse o novo enviado do bloco neste sábado, num momento em que o país localizado no Chifre da África tenta se recuperar de mais de duas décadas de conflito armado.
O novo programa de ajuda se segue à eleição, em setembro, de um novo presidente na Somália, naquele que foi um esforço da região e da ONU para restaurar o controle do governo central e encerrar conflitos armados que mataram dezenas de milhares de pessoas.
O presidente Hassan Sheikh Mohamud, eleito na primeira votação do gênero desde que a Somália entrou em guerra civil em 1991, está enfrentando corrupção, insurgentes islâmicos e pirataria na costa do país.
"Depois de 21 anos, o governo está finalmente reconstruindo os sistemas de um Estado funcional nos níveis local, regional e central", disse à Reuters Michele Cervone d'Urso, enviado especial da UE para a Somália.
"A UE está mais comprometida em trabalhar diretamente e em parceira com os somalis. Nós vamos pedir que as agências de desenvolvimento trabalhem mais perto do governo e da sociedade civil." Um atentado suicida na capital Mogadíscio neste sábado reforçou os desafios que o novo líder da Somália precisa encarar.
O pacote de ajuda, o maior já aprovado pela UE para a Somália, será usado para fortalecer o poder Judiciário, instituições estatais falidas, a força policial do país e o arruinado sistema educacional.
Alguns recursos serão usados para trazer de volta para a Somália profissionais que haviam saído do país, para melhorar os padrões de educação.
"Embora exista a crise econômica global, o nosso novo governo está pedindo que o mundo aumente os recursos e mude o jeito através do qual a Somália vem recebendo esses recursos nas últimas duas décadas", disse o presidente Mohamud em uma conferência de imprensa na capital, após o lançamento do programa.
"Nós pedimos aos países que tenham relação direta com a Somália", disse ele.
Apesar de estarem na retaguarda, militantes do grupo al Shabaab, ligado à Al Qaeda, ainda controlam áreas rurais no sul e no centro do país. Piratas e milícias locais também lutam por controle de pedaços do território.