Economia

União Europeia nos procurou para conversar sobre comércio, diz Trump

Líder disse que "se eles não querem nossos produtos agrícolas, nós não queremos carros deles"; anteriormente, ele havia ameaçado tarifar veículos europeus

Donald Trump: "(A União Europeia) nos manda Mercedes(-Benz), BMWs, nos manda carros aos milhões. Nós mandamos um alqueire de milho e eles rejeitam" (Carlos Barria/Reuters)

Donald Trump: "(A União Europeia) nos manda Mercedes(-Benz), BMWs, nos manda carros aos milhões. Nós mandamos um alqueire de milho e eles rejeitam" (Carlos Barria/Reuters)

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Estadão Conteúdo

Publicado em 28 de junho de 2018 às 17h47.

São Paulo - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quinta-feira que a União Europeia procurou o seu governo para conversar sobre as relações comerciais entre as duas partes.

A revelação foi feita em cerimônia de inauguração de uma fábrica da produtora de eletrônicos Foxconn no Estado de Wisconsin, enquanto o americano discorria sobre a imposição de tarifas a importações de diversos parceiros comerciais.

"(A União Europeia) nos manda Mercedes(-Benz), BMWs, nos manda carros aos milhões. Nós mandamos um alqueire de milho e eles rejeitam", comentou Trump.

"Se eles não querem nossos produtos agrícolas, nós não queremos os carros deles. Não é tão complicado assim. Eles vão voltar e dizer 'vamos conversar' (para negociar). Francamente, não diga a eles que eu disse isso, mas eles já o fizeram (pedir para conversar). Não contem a eles que eu disse isso, (senão) vocês vão ferrar minhas negociações", acrescentou o presidente, alternando uma postura de negociador com acenos de bom humor à plateia da fábrica.

Com postura mais amistosa ao falar de comércio global que a adotada ontem à noite, quando fez ameaça explícita de tarifar carros importados de território europeu, o republicano não se furtou a percorrer a lista dos alvos preferidos de suas críticas. "Tenho muito respeito pela China, mas perdemos US$ 500 bilhões anuais (em déficit comercial) nos últimos anos. Ajudamos a reconstruir a China. Algum dia eles dirão 'obrigado'", previu, com um sorriso no rosto.

O americano opinou que "pessoas inteligentes amam" sua conduta da política comercial dos EUA, enquanto "algumas pessoas" não entendem as tarifas. "Mas seremos tratados de forma justa", prometeu.

Sem citar explicitamente este acordo, Trump se dirigiu às relações com os outros dois signatários do Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (Nafta, na sigla em inglês). "Seremos tratados justamente quando nossos agricultores quiserem vender laticínios ao Canadá. Eles nos cobram 275%!", reclamou, antes de atalhar: "Nós vamos trabalhar em cima disso, seremos amigáveis, nós amamos o Canadá."

A previsão implícita de entendimentos futuros se repetiu em relação ao vizinho ao Sul. "O México quer fazer um acordo? Nós vamos fazer acordos com várias pessoas."

A pose de negociador também ficou evidente quando Trump disse que os acordos em torno das relações comerciais com os países alvos de tarifas e ameaças "não têm de acontecer imediatamente, mas têm de ser justos".

Ele citou ainda o acordo comercial preliminar firmado com a Coreia do Sul. "Nós o renegociamos. Ainda precisa ser assinado, mas é um acordo maravilhoso para ambos e os nossos agricultores estão protegidos", afirmou.

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