Economia

Unasul analisará em Lima o processo a situação do Paraguai

Durante a reunião do órgão, cuja presidência pró tempore é exercida pelo Peru, será debatido o Protocolo de Paz, Segurança e Cooperação regional


	Reunião da Unasul: a Unasul e o Mercosul suspenderam o Paraguai em 29 de junho passado ao considerar que no país houve uma "ruptura democrática"
 (Jorge Bernal/AFP)

Reunião da Unasul: a Unasul e o Mercosul suspenderam o Paraguai em 29 de junho passado ao considerar que no país houve uma "ruptura democrática" (Jorge Bernal/AFP)

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Da Redação

Publicado em 27 de novembro de 2012 às 13h18.

Lima - Os presidentes da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) se reunirão na sexta-feira em Lima para analisar o avanço do processo integrador regional e tomar uma decisão sobre o futuro do Paraguai no grupo.

Os temas centralizarão os debates da VI Reunião Ordinária do Conselho de Chefas e Chefes de Estado e do governo da Unasul, na qual se espera que participem os governantes do Brasil, da Argentina, da Bolívia, do Chile, da Colômbia, do Equador, da Guiana, do Peru, do Suriname, do Uruguai e da Venezuela.

Durante a reunião do órgão, cuja presidência pró tempore é exercida pelo Peru, será debatido o Protocolo de Paz, Segurança e Cooperação regional, que procura fortalecer as condições de confiança mútua nas relações bilaterais e multilaterais.

Um dia antes do encontro de governantes, na quinta-feira, será realizada a reunião do Conselho de Ministras e Ministros das Relações Exteriores da Unasul, que receberão o relatório do Grupo de Alto Nível formado para analisar a situação do Paraguai.

O grupo fez durante os últimos quatro meses um acompanhamento da situação paraguaia, após a destituição de Fernando Lugo como presidente.

A Unasul e o Mercosul suspenderam o Paraguai em 29 de junho passado ao considerar que no país houve uma "ruptura democrática" com a destituição do presidente Fernando Lugo em um controverso julgamento político.

Para elaborar o relatório, os membros da comissão receberam informação de dirigentes de empresas, sindicatos, organizações políticas e do Instituto de Políticas Públicas em Direitos Humanos paraguaio.

O presidente do Grupo de Alto Nível da Unasul, o peruano Salomón Lerner, visitou na semana passada o Paraguai e, embora não tenha sido recebido pelas autoridades do Executivo, manifestou sua confiança em que o governo do país decida convidar o bloco para observar as eleições de 2013.


O representante manifestou sua expectativa de que consegam "fazer as pontes necessárias para poder ter os convites oficiais e atuar neste propósito de acompanhamento e de avaliação de toda a situação que ajude que todos recebam o Paraguai dentro da unidade de todos os países da Unasul".

Lerner foi ao Paraguai a convite do Tribunal Superior de Justiça Eleitoral (TSJE), que, disse, lhe entregou "um convite para participar da observação eleitoral".

O propósito da Unasul, afirmou, é "legitimar o processo democrático transparente, que o Paraguai tenha o conceito de que é um país que conseguiu em seu cronograma democrático com transparência, poder realizar um processo limpo e transparente".

Para o governo de Federico Franco, que substituiu Lugo no cargo, a Unasul levou a exclusão política do Paraguai a foros econômicos, sociais e técnicos, no que qualificou de uma "cruzada de perseguição" que procura "coagir" o país e "restringir o pleno exercício de seus direitos soberanos".

Lerner assegurou, no entanto, que "não é o propósito que se lidere com grupos ideológicos dentro da Unasul. É uma composição de países que procura o bem-estar de seus povos".

Após saber de suas declarações, o chanceler paraguaio, José Felix Fernández Estigarribia, as classificou como positivas e anunciou que o governo de seu país vai "esperar as resoluções tomadas na cúpula que vai haver em Lima no fim do mês" com a expectativa de que se levantarão as sanções contra seu país.

"A realidade é que aqui há absoluta tranquilidade, o povo paraguaio se comportou à altura dos melhores povos do mundo, como é de sua tradição. Temos uma democracia que funciona com suas instituições. A prova é que o senhor Lerner pôde fazer o que queria no Paraguai, o governo não impôs nenhum impedimento, nenhum controle", enfatizou Estigarribia.

Lerner detalhou que o relatório que apresentará na quinta-feira aos Chanceleres só incluirá sugestões para que avaliem a situação do Paraguai e depois elevem suas recomendações aos presidentes. 

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