Economia

Dúvida em Viena: a Opep vai aumentar a produção de petróleo?

Hoje a Rússia e a Arábia Saudita lideram uma empreitada pelo aumento da produção de barris de petróleo no mundo durante reunião da Opep em Viena, na Áustria

Opep: reunidos em Viena, ministros de Energia dos membros do cartel devem debater um aumento na produção de petróleo (Ibraheem Al Omari/Reuters)

Opep: reunidos em Viena, ministros de Energia dos membros do cartel devem debater um aumento na produção de petróleo (Ibraheem Al Omari/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 22 de junho de 2018 às 05h55.

Última atualização em 22 de junho de 2018 às 06h42.

Se Rússia e Arábia Saudita ficaram com algum tipo de richa após a vitória dos russos por 5 a 0 no jogo de abertura da Copa do Mundo, esse ressentimento com certeza não se reflete nos interesses econômicos. Hoje os dois países lideram uma empreitada pelo aumento da produção de barris de petróleo no mundo quando acontecer a reunião da Organização dos Países Produtores de Petróleo (Opep) em Viena, na Áustria.

A Arábia Saudita, a líder de fato do cartel, e a Rússia, que não compõe a Organização mas é convidada por ser uma das maiores produtoras globais de petróleo, já afirmaram que a produção precisa ser aumentada gradualmente, se necessário for. Apesar disso, não há clareza sobre a extensão e o timing dessa decisão — algo que deve ser debatido nos próximos dois dias, durante a cúpula.

A ideia dos dois países é retomar a produção para cima, depois de ela ter sido reduzida em janeiro de 2017, com o intuito de aumentar o preço do barril do petróleo. De la pra cá, o preço do barril no contrato WTI subiu de 52,81 dólares para 65,78, valor que caiu nos últimos dias com os rumores de que a produção pode aumentar.

De acordo com o ministro de Energia saudita, Khalid al-Falih, o mundo deve enfrentar um grande déficit por petróleo no segundo semestre deste ano e “a Opep deve aumentar a produção em cerca de 1 milhão de barris por dia”. Analistas são mais conservadores e esperam um aumento de cerca de dois terços do esperado por al-Falih, algo em torno de 600.000 e 800.000 barris diariamente. No ano passado a Opep cortou a produção em 1,8 milhão de barris por dia — ou seja, continuaria com redução em relação às taxas normais. 

Ainda há a possibilidade de a reunião terminar sem qualquer tipo de acordo sobre um aumento na produção. Alguns países acreditam que não há a possibilidade da formação de um consenso sobre o tema agora. Irã e Venezuela são contra o aumento. Mas os árabes apontam problemas políticos e econômicos nesses países justamente como um motivo a mais para aumentar a produção. 

Com a atual política de preços da Petrobras e a volatilidade nos preços do diesel e da gasolina, sobram motivos para ficar de olho no que sair dessa reunião.

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