Economia

UE reitera que Mercosul tem "trabalho a fazer" para avançar em acordo

Na negociação entre os blocos, que já dura quase 20 anos, não há consenso para temas como indicações geográficas e acesso aos mercados em produtos diversos

União Europeia: porta-voz da Comissão afirmou que bloco segue comprometido em firmar acordo com o Mercosul (Ian Waldie/Getty Images)

União Europeia: porta-voz da Comissão afirmou que bloco segue comprometido em firmar acordo com o Mercosul (Ian Waldie/Getty Images)

AB

Agência Brasil

Publicado em 18 de junho de 2018 às 16h02.

A Comissão Europeia - o órgão executivo da União Europeia - avisou nesta segunda-feira (18) que o Mercosul ainda tem "trabalho a fazer" em vários capítulos em relação à conclusão do tratado de livre-comércio entre ambos os blocos, depois que o chanceler uruguaio, Rodolfo Nin Novoa, pediu aos europeus "vontade real" de selar o acordo.

"Para conseguir um acordo, ambas as partes precisam ceder e está claro que nossos sócios do Mercosul ainda têm trabalho a fazer em alguns capítulos-chave que já foram colocados sobre a mesa na reunião ministerial de janeiro", lembrou o porta-voz de Comércio da UE, Daniel Rosario, na entrevista coletiva diária da Comissão.

Essa foi a resposta do porta-voz após ser questionado sobre os comentários de Nin Novoa durante a reunião de ontem dos chanceleres do Mercosul antes da cúpula de hoje, quando o uruguaio avisou que as partes estavam "perto de presenciar uma ruptura" das negociações e recomendou que o Mercosul fizesse uma "mudança" em sua busca de acordos de livre-comércio, priorizando outras regiões, como a China.

"A UE permanece comprometida para alcançar um acordo com o Mercosul. Obtivemos grande progresso até agora, notavelmente durante a rodada do início de junho em Montevidéu", afirmou o porta-voz da Comissão.

No fim de maio, fontes da Comissão Europeia pediram ao Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai) que realizasse um "esforço considerável" em relação às negociações de junho em Montevidéu.

Na negociação entre os dois blocos, que já dura quase duas décadas, mas com progresso real apenas nos últimos dois anos, ainda não há consenso para temas como as indicações geográficas, o acesso aos mercados em produtos como a carne bovina, o açúcar, os produtos lácteos e a indústria automobilística.

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