Economia

UE quer mercado energético comum para reduzir dependência

Ministros de Energia da União Europeia concordaram na necessidade de criação de um mercado energético comum para reduzir a atual dependência da Rússia


	Instalação de gás: Europa deseja excluir setor de energia de sanções à Rússia
 (Andrey Sinitsin/AFP)

Instalação de gás: Europa deseja excluir setor de energia de sanções à Rússia (Andrey Sinitsin/AFP)

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Da Redação

Publicado em 16 de maio de 2014 às 14h49.

Atenas - Os ministros de Energia da União Europeia (UE), após o encerramento da reunião informal iniciada ontem em Atenas, concordaram na necessidade de criação de um mercado energético comum para reduzir a atual dependência da Rússia, principalmente após a crise com a Ucrânia.

"Necessitamos de uma política externa energética comum", afirmou o comissário europeu Günther Oettinger em entrevista coletiva posterior à reunião, encerrada nesta sexta-feira na capital grega.

Neste aspecto, Oettinger também insistiu na necessidade de que os acordos intergovernamentais com terceiros se façam em nível europeu.

O comissário europeu se mostrou "cautelosamente otimista" diante da possibilidade da UE, Rússia e Ucrânia alcançarem um acordo sobre a disputa em relação ao preço de venda do gás de Moscou a Kiev.

O representante europeu também insistiu na lista de possíveis sanções à Rússia e explicou que a UE deseja excluir o setor energético, especificamente o do gás, dessa relação.

"Mantemos a cooperação, a Rússia fornece e Europa paga o gás. Mas, achamos que é errado utilizar o (provisão de) gás como arma", disse Oettinger.

O comissário acrescentou que a UE espera que a provisão não só esteja garantida para os 28, mas para a Ucrânia, Moldávia e os Bálcãs ocidentais, países pelos quais, segundo Oettinger, a UE se sente igualmente responsável.


"Queremos manter a Rússia como parceiro, mas que a Noruega assuma um papel mais importante, assim como a Argélia e o corredor do sul", assegurou o comissário em alusão ao projeto de gasoduto que conecta o Azerbaijão com a Itália através da Geórgia, Turquia, Grécia e Albânia.

O ministro grego de Energia e Meio Ambiente, Yannis Maniatis, falou sobre eficiência e sobre a necessidade de reduzir a despesa energética não só como uma meta ligada à mudança climática, mas também para reduzir as dependências.

Maniatis explicou que a UE paga todos os anos 320 bilhões de euros pela importação de carburantes.

"Com um objetivo ambicioso até 2030, principalmente em relação à redução de consumo e ao aumento da eficiência energética, podemos economizar 300 bilhões (de euros) por ano", disse o titular grego.

Em relação à possibilidade de introduzir um preço fixo para o gás em toda a UE, Oettinger se mostrou contra o fato das questões políticas determinarem uma tarifa, mas se posicionou a favor do mercado, mediante as suas próprias regras, definir esse viável preço único.

O comissário anunciou uma proposta para elevar de 30 para 50 ou 60 dias o período mínimo de reserva de gás que deve ter cada país do bloco.

Oettinger explicou que este prazo alcança os 90 dias no petróleo - que atualmente conta com reservas inclusive de 125 dias - e que os analistas estão calculando os custos deste aumento, que poderia ser um dos instrumentos para elevar a independência da provisão por parte de países terceiros.

Segundo o comissário, essa medida permitiria, junto com os gasodutos bidirecionais, realizar intercâmbios entre os Estados-membros em caso de invernos especialmente rigorosos em algumas zonas da UE.

"A infraestrutura energética é a mãe das estratégias energéticas (...) Começamos este mesmo ano vários projetos para reduzir a dependência energética com um orçamento europeu de cofinanciamento de 5,8 bilhões (de euros) até 2020", destacou Oettinger.

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