Economia

UE e Mercosul estão mais perto de acordo

Um dos negociadores do Mercosul avalia que a chance de sucesso do acordo subiu para 70%

Bandeira da União Europeia (Philippe Huguen/AFP)

Bandeira da União Europeia (Philippe Huguen/AFP)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 2 de dezembro de 2017 às 10h30.

Brasília - Depois de semanas de impasse, as negociações do acordo comercial Mercosul-União Europeia avançaram nos últimos dias. Os europeus indicaram que vão apresentar uma oferta melhorada para o comércio de carne e etanol, que hoje são o principal ponto de divergência entre os dois blocos. A informação é de fonte próxima à negociação.

A proposta europeia deverá ser feita em reuniões paralelas à reunião ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC), que começa no próximo dia 10, na Argentina. Otimistas, diplomatas já trabalham com a hipótese de assinatura de um pré-acordo entre os blocos no mesmo evento. Se isso for confirmado, será o fim de um longo e complicado processo de negociação que se arrastou durante duas décadas.

O movimento mais importante que permitiu o avanço foi dos europeus: a indicação de oferta melhorada de acesso ao mercado com maiores volumes para carne e etanol do Mercosul com tarifa de importação reduzida. A antiga proposta rechaçada pelos sul-americanos previa 70 mil toneladas de carne e 600 mil toneladas de etanol.

Com o movimento europeu, um dos negociadores do Mercosul avalia que a chance de sucesso do acordo subiu para 70%, de 40% uma semana antes. Uma vez assinado o pré-acordo, ou "acordo político", as negociações atingem um ponto irreversível. Modelo semelhante foi usado por Bruxelas nas negociações com o Japão em julho, quando as partes chegaram a um acordo de princípio sobre o livre comércio.

Se a agricultura é tema de preocupação dos europeus, a indústria e os serviços são temas sensíveis ao Mercosul e alguns setores já reagem. Em carta enviada a ministros, a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) pede maior clareza em relação à proposta dos europeus e diz que a "indústria brasileira não pode ser oferecida como moeda de troca" para o acesso àquele mercado.

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