Economia

UE e América Latina querem concluir negociações comerciais em curso

No ano passado, o comércio de bens entre a UE e a região da América Latina e do Caribe alcançou os 221,6 bilhões de euros

Os europeus são o terceiro principal parceiro comercial de latino-americanos e caribenhos e seu primeiro investidores (Denis Balibouse/Reuters)

Os europeus são o terceiro principal parceiro comercial de latino-americanos e caribenhos e seu primeiro investidores (Denis Balibouse/Reuters)

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AFP

Publicado em 17 de julho de 2018 às 14h37.

Os 28 países da União Europeia (UE) e os 33 da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) pediram, nesta terça-feira, uma "conclusão satisfatória" das negociações dos acordos comerciais em curso, como o aberto há 20 anos com o Mercosul.

Sem citar nenhum caso em concreto, os chanceleres europeus, latino-americanos e caribenhos destacaram, em uma declaração conjunta, "a importância da ratificação e da plena aplicação dos acordos de associação e acordos comerciais em vigor".

"Nós enfatizamos a conclusão satisfatória dos processos de negociação em andamento entre a UE e alguns países e regiões da Celac", afirmam no documento aprovado após uma reunião de dois dias em Bruxelas.

Em 2017, o comércio de bens entre a UE e a região da América Latina e do Caribe alcançou os 221,6 bilhões de euros, apontou a diplomacia europeia.

Os europeus são o terceiro principal parceiro comercial de latino-americanos e caribenhos e seu primeiro investidores, segundo esses dados.

"Nossos acordos comerciais não apenas atraíram benefícios econômicos para nossas empresas, mas também garantiram nossos produtos tradicionais", afirmou a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, na abertura da reunião na segunda-feira.

Ela celebrou as negociações de modernização do acordo com o México, em vigor desde 2000, "se aproximando do fim", após o acordo político alcançado em abril, além dos "alentadores" progressos no processo de atualização do acordo com o Chile.

Oportunidade histórica

"O do Mercosul se encontra em sua fase final, e devemos aproveitar esta oportunidade histórica", acrescentou Mogherini sobre as negociações iniciadas em 1999 entre o bloco europeu e Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai por um acordo de livre-comércio entre os dois grupos.

Após uma rodada de negociações na semana passada em Bruxelas, a comissária de Comércio, Cecilia Malmstrom, se reunirá com os ministros dos quatro países sul-americanos na quarta-feira para "fazer um balanço e avaliar os avanços realizados", de acordo com uma fonte da Comissão.

O comissário europeu de Agricultura, Phil Hogan, descartou na véspera um acordo nesta semana. "Claramente não estamos satisfeitos com os progressos realizados até agora", afirmou.

Entre os pontos pendentes, continuam o setor automotivo e de autopeças, as regras de origem, os laticínios e as indicações geográficas, nas quais a UE tem interesses ofensivos.

O ministro de Relações Exteriores espanhol, Josep Borrell, não se mostrou otimista sobre um acordo rápido, mas alertou que "o mundo está fechado, do ponto de vista comercial". "Se a negociação não avançar agora, será muito mais difícil fazê-lo depois", advertiu.

Impulsionadas após a chegada do presidente dos Estados Unidos, o protecionista Donald Trump, à Casa Branca em 2017, as negociações entre a UE e o Mercosul não alcançaram seu objetivo de um acordo no mesmo ano, e continuam em curso em meio à disputa comercial de Trump e seus sócios.

UE e Celac destacam em seu comunicado "a necessidade de contar com mercados abertos e de lutar contra o protecionismo", e apoiam um "sistema multilateral de comércio baseado em normas", sob o amparo da Organização Mundial do Comércio (OMC).

 

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