Economia

UE diz que disputa Boeing-Airbus pode ser resolvida ainda com Trump

Acordo antes da posse do presidente eleito Joe Biden marcaria uma reviravolta surpreendente após meses de tensões e impasse

Boeing e Airbus lado a lado no Paris Air Show (Getty Images/Getty Images)

Boeing e Airbus lado a lado no Paris Air Show (Getty Images/Getty Images)

FS

Fabiane Stefano

Publicado em 3 de dezembro de 2020 às 11h14.

Última atualização em 3 de dezembro de 2020 às 15h40.

A principal autoridade de comércio da União Europeia sinalizou a possibilidade de chegar a um acordo com os EUA sobre subsídios para aeronaves antes de o presidente Donald Trump deixar o cargo.

O comissário de Comércio da UE, Valdis Dombrovskis, disse que “é possível” que ambos os lados fechem um acordo até 20 de janeiro sobre as ajudas à Boeing e Airbus. Ele reiterou uma oferta de remover tarifas retaliatórias da UE de US$ 4 bilhões em produtos americanos, se os EUA fizerem o mesmo com impostos sobre US$ 7,5 bilhões em produtos europeus.

A solução preferida pela UE seria que ambos os lados retirassem ou pelo menos suspendessem as tarifas e chegássemos a um acordo sobre as disciplinas futuras na área da aviação civil. Ainda estamos intensamente envolvidos com o atual governo dos Estados Unidos.

Valdis Dombrovskis, comissário de Comércio da UE

Um acordo antes da posse do presidente eleito dos EUA, Joe Biden, marcaria uma reviravolta surpreendente após meses de tensões e impasse - e autoridades europeias estão cautelosas quanto à probabilidade de um avanço iminente.

A nova tentativa de negociação entre Washington e Bruxelas visa colocar um fim na disputa de 16 anos levada à Organização Mundial do Comércio, que concluiu que tanto os EUA quanto a UE subsidiam excessivamente suas indústrias aeroespaciais, o que viola compromissos comerciais internacionais.

Os governos da Alemanha, França, Espanha e Reino Unido forneceram subsídios à Airbus por meio de empréstimos para o desenvolvimento de aeronaves, injeção de capital, perdão de dívidas e várias outras contribuições financeiras. Nos Estados Unidos, a Boeing se beneficiou de subsídios por meio da redução de impostos que foi revogada pelo estado de Washington.

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