Economia

UE dá ultimato a Chipre sobre resgate

País tem até segunda-feira para levantar bilhões de euros para assegurar um resgate internacional, ou enfrentará o colapso financeiro, o que pode tirá-lo da zona do euro


	Chipre: governo cipriota buscou poderes para impor controles de capital a fim de conter uma enxurrada de fundos que deixarão a ilha caso não seja firmado um acordo.
 (REUTERS/Yorgos Karahalis)

Chipre: governo cipriota buscou poderes para impor controles de capital a fim de conter uma enxurrada de fundos que deixarão a ilha caso não seja firmado um acordo. (REUTERS/Yorgos Karahalis)

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Da Redação

Publicado em 21 de março de 2013 às 23h27.

Nicósia - O Banco Central Europeu (BCE) deu ao Chipre até segunda-feira para levantar bilhões de euros com o objetivo de assegurar um resgate internacional, ou enfrentará o colapso de seu sistema financeiro, o que pode tirá-lo da zona do euro.

Em um sinal de que está ao menos se preparando para o pior, o governo cipriota buscou poderes nesta quinta-feira para impor controles de capital a fim de conter uma enxurrada de fundos que deixarão a ilha caso não seja firmado um acordo antes da reabertura dos bancos, que não funcionaram nesta semana.

Em um rígido alerta mais cedo nesta quinta-feira, o BCE disse que vai cortar a liquidez direcionada a bancos cipriotas, e uma autoridade sênior da União Europeia deixou claro à Reuters que o bloco está disposto a expulsar a ilha do grupo da moeda única para conter os danos à economia europeia.

O ultimato do BCE é dado enquanto os líderes cipriotas enfrentam dificuldades para elaborar um "plano B" para captar a contribuição de 5,8 bilhões de euros exigida pela UE em troca de um resgate de 10 bilhões de euros (13 bilhões de dólares) do próprio bloco e do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Isso porque parlamentares cipriotas derrubaram mais cedo nesta semana um imposto sobre depósitos, chamando a proposta apoiada pela UE de um "assalto bancário".

Próximo ao fechamento de Wall Street, a agência de classificação de crédito Standard & Poor's ainda rebaixou o rating que atribui ao país de "CCC+" para "CCC".

Em um sinal de relações tensas e confusão, autoridades da zona do euro admitiram em teleconferência na quarta-feira --da qual o Chipre se recusou a participar-- que a situação é "uma bagunça".

Após mais reuniões nesta quinta-feira, ministros das Finanças do bloco monetário fizeram um apelo para que o Chipre formule uma nova proposta que, segundo o presidente do Eurogroup, Joreon Dijsselbloem, respeite "os parâmetros definidos previamente".


Mais tarde, o governo enviou ao Parlamento um projeto de lei que busca o poder de impor controles de capital a bancos. Medidas desse tipo não eram vistas desde antes de o país juntar-se ao bloco monetário, há cinco anos.

O governo também propôs um "fundo de solidariedade" que reuniria ativos estatais, incluindo futuras receitas com gás, como a base para a emissão de um bônus emergencial. O porta-voz do Parlamento, Yiannakis Omirou, insistiu que um imposto revisado sobre depósitos bancários não segurados não é uma possibilidade.

O presidente do Banco Central cipriota, Panicos Demetriades, declarou ainda nesta quinta-feira que o país vai adotar medidas para consolidar seu setor bancário, incluindo etapas para evitar a falência de seu segundo maior banco, o Banco Popular do Chipre.

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