Economia

Expectativas para crescimento da UE em 2017 são baixas

A Comissão Europeia prevê que a economia da UE feche este ano com um avanço de 1,8% de seu PIB. Para o ano que vem a expectativa é de 1,6%

UE: com os resultados e os prognósticos de futuro, em muitos países "os estigmas da crise" continuam (Neil Hall/Reuters)

UE: com os resultados e os prognósticos de futuro, em muitos países "os estigmas da crise" continuam (Neil Hall/Reuters)

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EFE

Publicado em 26 de dezembro de 2016 às 17h41.

Última atualização em 26 de dezembro de 2016 às 17h42.

Bruxelas - A União Europeia (UE) e a zona do euro obtiveram uma pequena melhora na economia durante 2016, ano no qual o bloco recuperou os níveis de PIB anteriores à crise, mas a queda de desempenho segundo semestre indica que não se deve esperar altos crescimentos para 2017.

O ano começou com todos os olhares sobre a desaceleração da economia da China e seu reflexo nas bolsas, embora o baixo preço da energia - especialmente do petróleo Brent - e a desvalorização do euro tenham jogado a favor dos europeus.

A Comissão Europeia (CE) prevê que a economia da União Europeia feche este ano com um avanço de 1,8% de seu PIB, 1,7% no caso da zona do euro; ou seja, abaixo das taxas registradas em 2015 (2,2% e 2%, respectivamente) e acima do previsto para 2017 (1,6% e 1,5%).

Enquanto os ventos favoráveis vão se dissipando, com uma desaceleração global que não beneficia ao comércio internacional, também aumentam os riscos geopolíticos, alguns externos - como a incerteza em torno da eleição de Donald Trump nos Estados Unidos e as tensões com a Turquia -, e outros de caráter puramente europeu.

A vitória do "Brexit" em junho elevou drasticamente a incerteza tão temida pelos investidores, fomentada pelo resultado negativo no referendo na Holanda sobre o acordo de associação com a Ucrânia, as tensões em torno do tratado de livre-comércio com o Canadá (CETA) e EUA (TTIP) e os atentados terroristas.

Em termos políticos, o auge dos movimentos populistas e anti-europeos, a derrota do primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, no referendo sobre a reforma constitucional e sua posterior renúncia, e as expectativas geradas pelas eleições na Alemanha e na França do próximo ano também não favorecem a confiança.

Estes fatores não afetam todos os países do mesmo modo, ainda que a tendência de baixa no crescimento que marcou a segunda metade do ano seja generalizada, e o desempenho dos parceiros europeus é muito desigual.

Entre as principais economias, se destaca a evolução da Espanha, que apesar da queda de desempenho no terceiro trimestre do ano (0,7%), segue à frente das grandes economias europeias e deve terminar 2016 com um crescimento de 3,2%, segundo números do governo espanhol e de Bruxelas.

A França, com um tímido avanço de 0,2% no terceiro trimestre, deve fechar o ano com 1,3%, segundo as previsões da Comissão Europeia, que é mais pessimista no caso da Itália (0,7%), que cresceu 0,3% entre julho e setembro.

A Alemanha, que embora tenha registrado uma expansão do 0,2% no terceiro trimestre, encerra 2016 com um crescimento anual de 1,9%.

Já a Grécia manteve a alta de seu crescimento contra a tendência generalizada, ao registrar uma expansão de 0,5% de julho a setembro, apesar de a CE calcular que o país fechará o ano no vermelho (-0,3%), para se recuperar em 2017 com avanço de 2,7%.

O Reino Unido, por sua vez, cresceu 0,5% no terceiro trimestre, e a CE estima que a economia do país irá superar o impacto do Brexit em 2016, com um crescimento de 1,9%, mas com uma queda no desempenho em 2017.

Com os resultados e os prognósticos de futuro, o comissário europeu de Assuntos Econômicos e Financeiros, Pierre Moscovici, advertiu recentemente que em muitos países "os estigmas da crise" continuam.

Moscovici apontou para problemas, como o número ainda alto de créditos duvidosos, uma dívida pública e privada elevada e os processos de desaceleração ainda em curso.

Por isso, Bruxelas avisa que não é o momento de ser complacente, nem descuidar das reformas estruturais para, por exemplo, continuar reduzindo o desemprego e o déficit público, apesar das turbulências políticas, ao mesmo tempo que propõe um novo estímulo fiscal que reative o pulso da economia europeia.

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