Economia

UE avaliará custo econômico da crise de refugiados

Os ministros da Economia da União Europeia pediram à Comissão que analise o "impacto econômico" da chegada em massa de refugiados

Refugiados de diferentes países são acompanhados por policiais perto da cidade húngara de Szeged, fronteira com a Sérvia (Attila Kisbenede/AFP)

Refugiados de diferentes países são acompanhados por policiais perto da cidade húngara de Szeged, fronteira com a Sérvia (Attila Kisbenede/AFP)

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Da Redação

Publicado em 11 de setembro de 2015 às 23h57.

Luxemburgo - Os ministros da Economia da União Europeia (UE) pediram nesta sexta-feira à Comissão que analise o "impacto econômico" da chegada em massa de refugiados nos orçamentos nacionais.

"A situação dos refugiados não será resolvida no curto prazo", disse o ministro de Luxemburgo, Pierre Gramegna, cujo país exerce a presidência semestral do Conselho Europeu.

"A crise atinge muitos aspectos desde o ponto de vista social, trabalhista, de educação (...) que terão um impacto no orçamento da UE assim como nos orçamentos nacionais", acrescentou em coletiva de imprensa ao fim da reunião com seus homólogos da UE.

"Por isso, pedimos à Comissão que analise econômica e financeiramente o impacto nos orçamentos do ponto de vista do Pacto de Estabilidade e Crescimento e se esta crise pode ser considerada como uma circunstância extraordinária que derrogue pontualmente essas regras do pacto", prosseguiu.

Este pedido acontece enquanto os 28 países-membros da UE estão divididos sobre o plano da Comissão Europeia para que a UE receba, divididos por 'cotas' 160.000 refugiados nos próximos dois anos.

O Pacto de Estabilidade e Crescimento determina que os Estados-membros não devem ultrapassar um déficit de 3% em relação ao PIB enquanto que a dívida pública não deve passar de 60% em relação ao PIB.

Uma "circunstância extraordinária" permitiria derrogar essa regra e não imputar o custo da chegada de refugiados ao déficit público.

O comissário europeu de Assuntos Econômicos, Pierre Moscovici, disse que Irlanda, Áustria e Itália expuseram a questão.

A Comissão Europeia, "guardiã dos tratados", aplicará as regras a todos os Estados-membros, "analisando as circunstâncias específicas e excepcionais", acrescentou Moscovici.

"O custo para a Irlanda -e não gosto de falar disso em termos de custo porque estamos falando da vida das pessoas- ao acolher 4.000 refugiados é de aproximadamente 48 milhões de euros", disse o ministro da Economia irlandês, Simon Harris ao chegar.

Na reunião, o chefe do Banco Europeu de Investimentos (BEI), Werner Hoyer, anunciou aos ministros que a instituição está disposta a ajudar a financiar infraestruturas na UE para receber os refugiados.

Já o ministro finlandês, Alexander Stubb, disse, ao chegar na reunião, que considera a crise um desafio "histórico" para a UE.

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