Economia

Ucrânia congela subsídios para áreas sob comando rebelde

Setor industrial nesta região há anos depende dos subsídios estatais para sobreviver, fazendo com que a decisão de Kiev piore as condições econômicas locais


	Arseni Yatseniuk: premiê disse que US$ 2,6 bi em apoio do governo não seriam repassados a Donetsk e Luhansk
 (Andrew Kravchenko/AFP)

Arseni Yatseniuk: premiê disse que US$ 2,6 bi em apoio do governo não seriam repassados a Donetsk e Luhansk (Andrew Kravchenko/AFP)

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Da Redação

Publicado em 5 de novembro de 2014 às 15h06.

Kiev - A Ucrânia irá congelar o repasse de subsídios para os territórios ao leste do país, controlados por separatistas pró-Rússia, informou o primeiro-ministro Arseniy Yatsenyuk nesta quarta-feira.

O setor industrial nesta região, rica em carvão, há anos depende dos subsídios estatais para sobreviver, fazendo com que a decisão de Kiev piore as condições econômicas locais.

Yatsenyuk afirmou que US$ 2,6 bilhões em apoio do governo federal não seriam repassados às áreas de Donetsk e Luhansk, mas não informou o período para o qual a execução da verba estava destinada.

Segundo o primeiro-ministro, o pagamento de pensões e benefícios do governo aos habitantes do leste continuará após as forças separatistas se renderem.

"O dinheiro que pagamos a estes territórios hoje não chega às pessoas, mas é roubado por bandidos russos e isso não serviria para nada além de apoiar diretamente o terrorismo dos russos", disse Yatsenyuk.

Apesar disso, ele declarou que o fornecimento de eletricidade e gás para a região continuará.

"Esses são nossos cidadãos e o governo não permitirá que essas pessoas congelem, pois isso causaria uma catástrofe humanitária".

O vice-ministro da Defesa Petro Mekhed afirmou nesta quarta-feira que a inteligência militar do país observou um aumento recente no número de soldados russos em Donetsk e Luhansk.

Com receio de uma escalada no conflito, o presidente da Ucrânia Petro Poroshenko disse que mais tropas serão posicionadas ao leste para defender as cidades que ainda estão sob controle do governo.

A Ucrânia defende que os rebeldes separatistas de Donetsk e Luhanks são apoiados por Moscou, que nega veementemente manter soldados e equipamentos em território ucraniano.

No domingo, essas duas áreas realizaram eleições locais, sem o consentimento de Kiev, em uma ação que foi condenada pela comunidade internacional, mas reconhecida pela Rússia.

Em retaliação, a chanceler alemã Angela Merkel indicou que mais líderes rebeldes do leste da Ucrânia podem ser adicionados às listas de sanções da União Europeia. Fonte: Associated Press.

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