Alexis Tsipras: primeiro-ministro da Grécia pediu "tempo" (Kostas Tsironis/Reuters)
Da Redação
Publicado em 5 de fevereiro de 2015 às 16h09.
Atenas - O primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, disse nesta quinta-feira que negociará com os sócios da UE (União Europeia), de quem espera propostas", e garantiu a segurança dos depósitos bancários, após o Banco Central Europeu (BCE) anunciar que deixaria de aceitar os bônus helenos como garantia.
"Todos podem estar seguros de que este governo fará o que diz, o que impõe a história deste país. A Grécia já tem sua própria voz e sua própria capacidade de negociação", afirmou Tsipras na primeira sessão do grupo parlamentar da coalizão Syriza após a constituição do novo parlamento.
O primeiro-ministro lembrou que nos últimos dias o governo grego apresentou suas propostas aos parceiros europeus e agora espera as de seus sócios.
"Esperamos com muito interesse as propostas da Alemanha. Hoje não escutamos nada de concreto", disse Tsipras em referência ao encontro que de hoje em Berlim entre os ministros de Finanças da Alemanha e da Grécia, Wolfgang Schauble e Yanis Varufakis, respectivamente.
O primeiro-ministro pediu "tempo" e ressaltou que não "apenas a Grécia necessita dele, mas toda a Europa".
"Respeitaremos as regras e pedimos a nossos sócios que respeitem a democracia", afirmou Tsipras.
"Pedimos que respeitem a vontade do povo de não continuar com um programa errôneo que teve como consequência a perda de 25% do PIB, o aumento da dívida para quase 180% do PIB, que levou um milhão e meio de pessoas a perderem seu trabalho e a população a empobrecer", acrescentou.
Tsipras se mostrou decidido a "não trair a confiança dos cidadãos" e a respeitar o "compromisso" adquirido nas urnas.
Além disso, o primeiro-ministro assegurou que os depósitos bancários estão "completamente garantidos" e reiterou que "a democracia grega não pode ser chantageada, pois também na Europa a democracia não pode ser chantageada".
"Os gregos fizeram sua escolha. Não há possibilidade de voltar aos anos difíceis", disse Tsipras, reiterando que os que "não aceitam isso, não contribuem para nosso futuro comum".