Economia

Tsipras aplicará rapidamente novo plano de ajuda à Grécia

Tsipras insistiu na necessidade de "reestruturar a dívida para que seja sustentável e para restabelecer a competitividade da economia da Grécia"


	Tsipras: "Temos a obrigação de implementar rapidamente o acordado", disse Tsipras aos membros de seu executivo, em seu primeiro conselho de ministros
 (REUTERS/Alkis Konstantinidis)

Tsipras: "Temos a obrigação de implementar rapidamente o acordado", disse Tsipras aos membros de seu executivo, em seu primeiro conselho de ministros (REUTERS/Alkis Konstantinidis)

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Da Redação

Publicado em 25 de setembro de 2015 às 16h51.

A Grécia aplicará "rapidamente" o acordo fechado em julho com seus credores, União Europeia e FMI, no terceiro plano de ajuda ao país, prometeu na sexta-feira o primeiro-ministro Alexis Tsipras, que inicia seu segundo mandato em oito meses.

"Temos a obrigação de implementar rapidamente o acordado", disse Tsipras aos membros de seu executivo, em seu primeiro conselho de ministros, cinco dias depois de sua vitória eleitoral.

Tsipras insistiu na necessidade de "reestruturar a dívida para que seja sustentável e para restabelecer a competitividade da economia da Grécia".

O novo governo de Tsipras, de 41 anos, é mais ou menos a cópia do primeiro, que assumiu em janeiro e renunciou em 20 de agosto, após constatar que não tinha maioria no Parlamento.

Um quarto dos deputados do Syriza votou contra o terceiro plano de resgate, que prevê uma ajuda de 86 bilhões de euros em troca de um rígido plano de austeridade.

Nas novas eleições antecipadas do último domingo, Tsipras ganhou sem obter maioria absoluta. Formou um governo de coalizão com o partido Gregos Independentes.

"A condição para que o plano tenha êxito é que seja garantida a coesão social", afirmou Tsipras no conselho de ministros, e advertiu contra o "retorno ao beco sem saída das receitas neoliberais extremas".

O primeiro-ministro se comprometeu a "reduzir o desemprego, que está em níveis insuportáveis para a Europa" com uma taxa que em junho era de 25,2%, um número recorde no continente.

A Grécia já completa seis anos de crise, recessão e políticas de austeridade que até agora se revelaram ineficazes.

Ao se dirigir a seus ministros, Tsipras pediu que eles interrompam as "constantes aparições nas redes de TV". "Eu os escolhi como ministros para resolver problemas, não para integrar 'talk shows' televisivos", acrescentou.

Buscando o antídoto

"Estamos conscientes dos aspectos difíceis do acordo concluído com os credores", explicou Tsipras. "Sabemos como encontrar o antídoto adequado para limitar seus efeitos", acrescentou.

Em um sinal positivo enviado aos credores, Tsipras voltou a recorrer à equipe que negociou o novo plano de resgate em julho passado, entre eles Euclide Tsakalotos, que continua sendo ministro das Finanças.

O novo parlamento grego, que se reunirá em 1º de outubro, terá que revisar o orçamento para 2015 levando em conta as reformas acordadas, entre elas os impostos no setor agrícola, que devem duplicar em 2017.

O governo deve completar o processo de recapitalização dos bancos, e pôr fim à política de controle de capitais imposto em junho a fim de evitar uma fuga de depósitos.

Nesse complicado contexto econômico, a Grécia sofre de forma particular a crise migratória que afeta todo o continente.

Mais de 310.000 migrantes, em sua maioria sírios fugindo da guerra em seu país, chegaram à costa gregas em 2015, vindos principalmente da Turquia.

A agência da ONU para refugiados pretende abrir um acampamento para mil pessoas em Idomeni, na fronteira grega com a Macedônia, um dos principais pontos de passagem para refugiados e migrantes para o norte de Europa.

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