Trump: presidente americano mostrou que não está na Suíça para mostrar uma versão mais sóbria do político que fez mais inimigos do que aliados em um ano de Casa Branca
Da Redação
Publicado em 26 de janeiro de 2018 às 06h43.
Última atualização em 26 de janeiro de 2018 às 07h25.
O discurso mais esperado do Fórum Econômico Mundial em Davos está marcado para esta sexta-feira.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, será o primeiro presidente americano a pisar em Davos em muitos anos — a última participação foi a de Bill Clinton, em 2000.
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O tom de seu discurso ficará longe da integração global: America First é a política que Trump precisa explicar ao mundo.
Ontem, logo após chegar a Davos, Trump mostrou que não está na Suíça para mostrar uma versão mais sóbria do político que fez mais inimigos do que aliados em um ano de Casa Branca.
Numa reunião com 100 políticos e empresários, disse que os Estados Unidos vão crescer de 5% a 6%, o dobro da já acelerada média atual.
A lógica é simplória: se China e Índia crescem até 9%, por que seu país tem que se limitar a 3%? Trump também disse que quer ver um dólar cada dia mais forte e afirmou que pode cortar a ajuda americana à Palestina. E disse que tinha um belo discurso guardado para hoje.
No evento, os Estados Unidos têm sido criticados por representarem uma ameaça à globalização e à saúde do comércio no mundo enquanto os principais líderes pregam mais união.
Para contornar a imagem negativa, Trump deve afirmar que está adotando políticas protecionistas para defender os trabalhadores americanos e a indústria, e que isso não significa se isolar do resto do mundo.
Ele também deve falar sobre distorções e o mau uso que alguns países fazem de alguns acordos comerciais — num claro ataque à China. A revisão do acordo nuclear com o Irã também deve ser um dos tópicos de seu discurso nesta sexta.
Nesta semana, Trump começou a pôr em prática sua reforma tributária, ampliando a cobrança de impostos sobre produtos importados e reduzindo a tributação que recai sobre as empresas americanas e sobre a população de mais alta renda.
As medidas têm como objetivo incentivar que empresários produzam no país. E é isso a que Davos deve assistir: o show de um Trump clássico, com seu discurso nacionalista e a confiança de quem está fazendo valer as promessas de campanha – aquelas que a maioria dos ali presentes duvidaram que fossem se tornar realidade. O discurso de Trump está marcado para as 11h de Brasília.