O presidente chinês, XI Jinping, e o presidente americano, Donald Trump, em encontro em Beijing (Qilai Shen/Bloomberg)
João Pedro Caleiro
Publicado em 9 de março de 2018 às 12h50.
Última atualização em 9 de março de 2018 às 13h26.
São Paulo - Na última quarta-feira (07), Donald Trump postou no Twitter que havia pedido para a China um plano de redução do déficit comercial com os Estados Unidos.
A meta seria cortar o déficit em "Um Bilhão de Dólares" por ano, o equivalente a 0,3% do saldo de US$ 375 bilhões que a China hoje tem na relação com os americanos.
China has been asked to develop a plan for the year of a One Billion Dollar reduction in their massive Trade Deficit with the United States. Our relationship with China has been a very good one, and we look forward to seeing what ideas they come back with. We must act soon!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 7 de março de 2018
O ultimato pouquíssimo ambicioso chamou a atenção dos economistas, e nesta quinta-feira (08) o Wall Street Journal explicou que o presidente errou por 99 bilhões de dólares.
De acordo com uma pessoa próxima ao assunto, o pedido na verdade é por uma redução de 100 bilhões de dólares e foi feito na semana passada para Liu He, principal arquiteto da política econômica chinesa.
A diminuição dos déficits comerciais com outros países tem sido uma das principais bandeiras econômicas de Trump desde a campanha e a tendência protecionista sempre foi um ponto de atenção com a sua administração.
O risco de uma guinada protecionista aumentou com a renúncia de Gary Cohn, principal assessor econômico de orientação globalista, e a confirmação de uma taxação extra de 25% sobre aço e de 10% sobre o alumínio estrangeiros.
A China será uma das mais afetadas no caso do alumínio e o Brasil será um dos mais afetados no caso do aço. Apenas México e Canadá estão isentos, por enquanto.
A medida foi criticada por membros do Partido Republicano e por indústrias locais e estrangeiras e deve gerar retaliações de outros países.
O presidente americano ainda colocou mais gasolina no fogo ao tuitar que “guerras comerciais são boas e fáceis de ganhar”.