Economia

Trump: Em muitos casos, amigos nos trataram pior que inimigos em comércio

Presidente norte-americano anunciou que pode adotar mais tarifas contra produtos chineses e governo de Pequim disse que nesse caso imporá retaliações

Donald Trump: "Não tivemos opção com a China, isso deveria ter sido feito há anos" (Jonathan Ernst/Reuters)

Donald Trump: "Não tivemos opção com a China, isso deveria ter sido feito há anos" (Jonathan Ernst/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 19 de junho de 2018 às 15h24.

São Paulo - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a defender sua postura para garantir melhores condições no comércio com outras nações.

Em discurso nesta terça-feira, Trump afirmou que faz agora algo que há tempos deveria ter sido feito, ao pressionar por mudanças na área: "Nossos amigos nos trataram bem pior que os inimigos em comércio, em muitos casos", afirmou.

Durante discurso na Federação Nacional de Empresas Independentes (NFIB, na sigla em inglês), em Washington, Trump criticou especificamente a China, após anunciar ontem que pode adotar mais tarifas contra produtos do país, levando o governo de Pequim a dizer que nesse caso imporá retaliações.

"Não tivemos opção com a China, isso deveria ter sido feito há anos", argumentou. Ele também mencionou o caso do Canadá, dizendo que madeira e energia são questões importantes no comércio com o vizinho, também alvo de tarifa americana recentemente.

O presidente americano usou o discurso para fazer uma defesa de sua plataforma econômica. Segundo ele, a lei que cortou impostos garantiu um impulso no crescimento econômico e a geração de muitas vagas no mercado de trabalho.

"A política econômica pode ser resumida em três belas palavras: empregos, empregos e empregos", afirmou, citando também o grande otimismo das empresas atualmente. Ele enfatizou que as mudanças atraem investimentos, de empresas como a Apple e a ExxonMobil, e que os salários dos trabalhadores "finalmente estão subindo de novo", com os investimentos de capital das pequenas e grandes empresas em patamar forte.

Trump também tratou da polêmica atual em seu governo, a condução da questão imigratória. Ele tem sido alvo de críticas da oposição democrata e até fora do país pelo fato de que algumas crianças filhas de imigrantes têm sido separadas dos pais, em caso de detenção das famílias.

Trump discordou do pedido de contratação de mais magistrados, para agilizar esses casos. "Não queremos mais juízes, queremos segurança na fronteira", argumentou. Segundo ele, os EUA superaram a Alemanha e são atualmente a nação que mais recebe pedidos de asilo no mundo.

"Não devemos mais dar ajuda a países que mandam pessoas para cá", ameaçou, defendendo também que a lei seja alterada para permitir que famílias sejam presas para que se possa deportá-las. "Precisamos de pessoas vindo, mas que possam ajudar as companhias a preencher vagas", disse. De acordo com o presidente, os ilegais "devem saber que não vão entrar, ou isso não vai acabar". Trump reclamou da postura da oposição democrata, que não fariam o suficiente para lidar com o problema.

"Não quero que as crianças sejam afastadas dos pais", comentou, pedindo votos de alguns democratas para que possa ser atingida a maioria de 60 votos no Senado para uma reforma imigratória. "Eles não querem dar, porque amam as fronteiras abertas", criticou, dizendo que os membros do Partido Democrata querem permitir a entrada de "membros de gangue" porque "veem neles eleitores em potencial". "Politicamente correto ou não, temos um país cuja segurança precisa ser protegida", argumentou sobre sua postura.

Trump ainda defendeu sua ação para reformar o sistema de saúde privada, alterando o modelo aprovado pelo presidente anterior, Barack Obama, e conhecido como Obamacare. Segundo ele, o sistema anterior foi muito custoso especialmente para as pequenas empresas, deixando-as sem uma opção que pudessem pagar de seguro-saúde para seus funcionários. "Queremos salvar os EUA do pesadelo do Obamacare e entregar uma opção", disse.

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