Economia

Trump diz que China cortará tarifa de carros dos EUA após trégua comercial

Trump e Xi Jinping concordaram em adiar novas tarifas, declarando uma trégua depois de meses de escalada nas tensões no comércio e em outras áreas

EUA e China: trégua comercial entre os dois países está ganhando impulso e animando os mercados (Andy Wong-Pool/Getty Images)

EUA e China: trégua comercial entre os dois países está ganhando impulso e animando os mercados (Andy Wong-Pool/Getty Images)

R

Reuters

Publicado em 3 de dezembro de 2018 às 09h10.

Washington/Pequim - A China concordou em "reduzir e remover" tarifas abaixo do nível de 40 por cento que Pequim cobra atualmente de veículos fabricados nos Estados Unidos, disse o presidente Donald Trump, agora que uma trégua comercial entre os dois países está ganhando impulso e animando os mercados.

Trump e o presidente chinês, Xi Jinping, concordaram em adiar novas tarifas durante conversas na Argentina no sábado, declarando uma trégua depois de meses de escalada nas tensões no comércio e em outras áreas.

Em um encontro de duas horas e meia, os EUA concordaram em não elevar mais as tarifas em 1º de janeiro, e a China concordou em comprar mais produtos agrícolas dos agricultores norte-americanos imediatamente.

Os dois lados também concordaram em iniciar debates sobre como resolver assuntos preocupantes, como a proteção à propriedade intelectual, barreiras comerciais não-tarifárias e o roubo cibernético.

Mas a Casa Branca também disse que as atuais tarifas de 10 por cento sobre 200 bilhões de dólares de bens chineses serão elevadas para 25 por cento se não se chegar a um acordo dentro de 90 dias, o que reinicia o cronômetro.

Tuitando na noite de sábado, Trump disse: "A China concordou em reduzir e remover tarifas sobre carros indo dos EUA para a China. Atualmente a tarifa é de 40 por cento". Ele não deu detalhes.

Agências reguladoras da China não responderam a pedidos de comentário sobre o que seria um impulso em potencial para montadoras como Tesla e BMW, que fabricam nos EUA e exportam para a China.

Nenhum dos países mencionou tarifas a automóveis nas transcrições oficiais da reunião Trump-Xi.

Falando em Pequim, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Geng Shuang, reiterou comentários do principal diplomata do governo, o conselheiro de Estado Wang Yi, que disse no sábado que o objetivo final é a eliminação de todas as tarifas.

"O consenso obtido pelos líderes de nossos dois países é deter a imposição de novas tarifas, e ao mesmo tempo os líderes dos dois lados instruíram as equipes econômicas dos dois lados a intensificarem as conversas para a remoção de todas as tarifas que foram impostas", disse Geng em um boletim de notícias diário.

As ações e commodities chinesas e a moeda iuan tiveram alta, apesar das incertezas que pairam sobre o acordo. O índice de referência Shanghai Composite fechou o pregão 2,6 por cento mais elevado com 2.654,80 pontos, e o índice blue-chip CSI300 subiu 2,8 por cento - ambos tiveram seus maiores ganhos diários desde 2 de novembro.

Acompanhe tudo sobre:Estados Unidos (EUA)ChinaDonald TrumpXi JinpingTarifasGuerras comerciais

Mais de Economia

BC deve manter a taxa de juros em 15% e dar pistas sobre ciclo de cortes

Câmara dos Deputados aprova PEC que proíbe extinção de tribunais de contas

Aneel recomenda ao governo renovar concessão da Light no Rio por 30 anos