Economia

Trump critica China por desvalorização de moeda

Trump acusou a China de desvalorizar sua moeda para aumentar a competitividade com as empresas americanas

Donald Trump: crítica foi feita dois dias depois de uma polêmica conversa telefônica com a presidente de Taiwan

Donald Trump: crítica foi feita dois dias depois de uma polêmica conversa telefônica com a presidente de Taiwan

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AFP

Publicado em 5 de dezembro de 2016 às 08h59.

Última atualização em 5 de dezembro de 2016 às 09h50.

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a mostrar, neste domingo, que não segue as tradições diplomáticas, ao criticar a China, país que atacou por suas políticas cambial e militar, em meio ao processo de escolha de seu secretário de Estado.

Em mensagens no Twitter, Trump acusou a China de desvalorizar sua moeda para aumentar a competitividade com as empresas americanas, e de "construir um enorme complexo militar no Mar do Sul da China".

"A China nos perguntou se estava OK desvalorizar sua moeda (o que dificulta a concorrência de nossas empresas), impor taxas pesadas aos nossos produtos ou construir um enorme complexo militar no meio do Mar dos Sul da Chiba? Acho que não!", escreveu o magnata republicano na rede social.

Trump fez as críticas dois dias depois do anúncio de que manteve uma polêmica conversa telefônica com a presidente de Taiwan, o que rompeu 40 anos de tradição diplomática e provocou uma forte reação de Pequim.

A conversa telefônica de Trump com Tsai Ing-wen "foi apenas um telefonema de cortesia", minimizou neste domingo o vice-presidente eleito, Mike Pence.

Ele disse que a presidente de Taiwan desejava apenas felicitar Trump por sua vitória.

O jornal Washington Post, no entanto, informou que a ligação havia sido analisada durante semanas, com a intenção de apontar uma grande mudança na política de Washington em relação a Taiwan e China.

O jornal citou fontes envolvidas na ligação.

No sábado, Pequim destacou que "existe apenas uma China. Taiwan é uma parte inalienável do território chinês".

Mas se Trump pode provocar fortes rejeições, ele também agrega simpatias de personalidades que se oferecem para ajudá-lo, afirmou no domingo sua assessora Kellyanne Conway.

Ela afirmou que o presidente eleito ampliou o espectro de busca para o cargo importante de secretário de Estado.

Conway não revelou nomes, mas a imprensa americana citou Jon Huntsman, ex-governador do estado de Utah e embaixador na China entre 2009 e 2011. Também foi mencionado Rex Tillerson, presidente do maior grupo de petróleo do mundo, a ExxonMobil.

Ambos se unem aos nomes já especulados para o cargo: o ex-prefeito de Nova York Rudy Giuliani, o ex-candidato à presidência republicano Mitt Romney, o ex-diretor da CIA David Petraeus, o senador Bob Corker e o ex-embaixador na ONU John Bolton.

Na madrugada de domingo, Trump advertiu, também no Twitter, aos empresários para que não cometam o erro "muito caro" de transferir sua produção ao exterior.

"Peço por favor, foram advertidos antes que cometam um erro muito caro! PODEM FAZER NEGÓCIOS NOS ESTADOS UNIDOS", escreveu o presidente eleito, antes de destacar mais uma vez que pretende impedir que as empresas americanas transfiram a produção ao exterior, onde a mão de obra é mais barata, para depois importar os produtos aos Estados Unidos.

"Os Estados Unidos vão reduzir claramente os impostos e a regulamentação das empresas, mas uma empresa que abandona nosso país por outro país, demite seus funcionários, constrói uma nova fábrica ou instalação em outro país, SE EQUIVOCA! Se pensa que depois venderá seus produtos nos Estados Unidos sem ser punida", ameaçou Trump, que pretende instaurar uma taxa de 35% sobre este tipo de importação como arma dissuasória.

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