Economia

Trump ameaça "fazer algo" se EUA não receberem tratamento melhor da OMC

UE, Rússia, Canadá, México, China, Índia e Noruega denunciaram os EUA na OMC em relação às tarifas sobre o aço e o alumínio impostas por Trump

Donald Trump: "Agora não estamos planejando nada, mas, se não nos tratarem adequadamente, faremos algo" (Jonathan Ernst/Reuters)

Donald Trump: "Agora não estamos planejando nada, mas, se não nos tratarem adequadamente, faremos algo" (Jonathan Ernst/Reuters)

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EFE

Publicado em 2 de julho de 2018 às 19h12.

Washington - O presidente americano, Donald Trump, disse nesta segunda-feira que, por enquanto, não planeja retirar os Estados Unidos da Organização Mundial do Comércio (OMC), mas ameaçou "fazer algo" a respeito se esse fórum internacional não começar a tratar seu país "adequadamente".

"A OMC tratou muito mal os Estados Unidos e espero que mude sua atitude. Estiveram nos tratando muito mal durante muitos, muitos anos e por isso estamos em uma desvantagem muito grande na OMC", disse Trump ao receber na Casa Branca o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte.

Perguntado se prevê retirar os Estados Unidos da OMC, Trump respondeu: "Agora não estamos planejando nada, mas, se não nos tratarem adequadamente, faremos algo".

Na semana passada, o jornal digital "Axios" afirmou que Trump está considerando deixar a OMC e abordou o assunto com vários membros de sua equipe porque não entende o sentido de continuar em uma instituição que, de seu ponto de vista, emite permanentemente decisões contrárias aos interesses do seu país.

O "Axios" afirmou ainda neste domingo que tinha obtido a minuta de um projeto de lei que daria a Trump poderes para ignorar os princípios básicos da OMC e elevar as tarifas como bem entendesse, embora, segundo a Casa Branca, o presidente ainda não tenha examinado nem dado seu sinal verde a esse texto legislativo.

O secretário de Comércio dos EUA, Wilbur Ross, quis diminuir hoje as expectativas de uma possível retirada americana da OMC, durante uma entrevista à emissora de televisão "CNBC".

"A OMC sabe que são necessárias algumas reformas, portanto acho que realmente há uma necessidade de atualizar e sincronizar suas atividades. Veremos aonde leva isso, mas acredito que é um pouco prematuro falar sobre retirar-nos", declarou Ross.

União Europeia (UE), Rússia, Canadá, México, China, Índia e Noruega denunciaram recentemente os EUA na OMC em relação às tarifas sobre o aço e o alumínio impostas por Trump.

O presidente americano falou também sobre as tensões com a UE, sobre a qual neste domingo disse que é "possivelmente tão ruim como a China" na sua relação comercial com os Estados Unidos.

"Vamos nos reunir bastante em breve com a UE e veremos se podemos fazer algo. Se solucionarmos, será positivo, e, se não, também será positivo", considerou Trump.

Sentado ao seu lado, o primeiro-ministro holandês interrompeu suas declarações com um "não", para ressaltar que um aumento das tensões comerciais não seria positivo.

No entanto, Trump insistiu: "Pense em todos esses automóveis que chegam aqui. Será positivo".

A Comissão Europeia advertiu hoje aos EUA que, se cumprirem sua ameaça de impor tarifas de 25% a carros e autopeças, as represálias de seus parceiros comerciais poderiam afetar produtos americanos no valor de 252 bilhões de euros, o que equivale a 19% das exportações do país em 2017.

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