Economia

Troika reconhece progresso na Grécia, mas faz advertência

Troika, formada por Comissão Europeia, Banco Central Europeu e FMI, reconheceu os progressos da Grécia para recuperar seu crescimento, mas advertiu sobre riscos


	Bandeiras da Grécia e da União Europeia: relatório assinala que o país está "em geral no bom caminho"
 (Oli Scarff/Getty Images)

Bandeiras da Grécia e da União Europeia: relatório assinala que o país está "em geral no bom caminho" (Oli Scarff/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 25 de abril de 2014 às 13h35.

Bruxelas - A Troika (formada por Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) reconheceu nesta sexta-feira os progressos da Grécia para recuperar seu crescimento econômico e reduzir o déficit, mas advertiu que os riscos "continuam sendo altos", por isso pediu a Atenas para prosseguir a aplicação de reformas e ajustes, evitando mais atrasos.

No relatório elaborado pela Comissão Europeia com o Banco Central Europeu após as missões realizadas na Grécia entre setembro e março com o Fundo Monetário Internacional, o grupo assinala que o país está "em geral no bom caminho" no cumprimento das condições estabelecidas no programa que assumiu em troca do segundo resgate financeiro.

O documento ressaltou que a recessão econômica está chegando ao fim e espera que o país volte a crescer ao longo deste ano. Por sua vez o "impressionante esforço em consolidação fiscal" realizado permitiu o país fechar 2013 com um superávit primário antes do esperado.

Sobre a dívida pública, a Troika indicou que apesar uma "ligeira piora" em 2013, que levou a situar-se em 175% do Produto Interno Bruto (PIB) grego, espera que esta comece a reduzir "visivelmente" a partir de 2015 em paralelo ao crescimento da economia e do superávit primário, para descer a 125% em 2020 e 112% em 2022. Na projeção anterior sobre a sustentabilidade da dívida grega se calculava que esta se situa em 124% do PIB em 2020 e "substancialmente abaixo" de 110% em 2022.

No entanto, apesar dos sinais positivos os credores internacionais advertem à Grécia que os "riscos na implantação do programa (de ajuste econômico) seguem sendo altos".

"A recuperação macroeconômica parece ser agora mais firmemente estabelecida do que se esperava em julho de 2013, mas os riscos seguem sendo consideráveis, em particular em relação a fazer frente de maneira contínua aos juros".


A tríade pede ao país que o "amplo leque de reformas estruturais ambiciosas (já adotadas) sejam aplicadas para restaurar e promover rapidamente o crescimento, por sua vez se respalda o emprego".

A Troika também pede a Atenas para realizar "reformas decididas e duradouras" em áreas como mercados de produtos (tanto bens quanto serviços), administração pública e luta contra a corrupção, com o objetivo de reduzir custos para empresas e famílias, que, por sua vez, se alicerça a recuperação do investimento.

"O adiamento de tais reformas e sua aplicação incompleta pode perpetuar um pesado empecilho para a economia, por isso seria difícil conseguir uma melhora substancial no emprego, o crescimento da produtividade e, portanto, também uma redução constante da proporção de dívida pública em relação com o Produto Interno Bruto".

A Troika considera que um atraso na aplicação das principais reformas iniciadas para remodelar a administração pública e seus ingressos "pode pôr em perigo a geração de renda" que se espera.

De novo, a tríade mostra sua preocupação perante os possíveis atrasos que poderia sofrer o programa de privatização, devido à persistência de "grandes obstáculos e ineficiências administrativas".

O grupo também pede "novas reformas do mercado de trabalho", embora reconheça que a "sensibilidade desta questão pode fazer difícil o progresso nesta área", assim como mais medidas para melhorar a educação e para "racionalizar ainda mais" a seguridade social, dado que ainda há pela frente "grandes desafios" apesar dos esforços já feitos para reformar o sistema de previdência.

Sobre o setor financeiro, a tríade lembrou que Atenas "segue comprometida a realizar todas as ações necessárias para assegurar que os bancos estão saneados e capitalizados adequadamente, para estar em posição de respaldar a recuperação econômica".

No entanto, o grupo adverte que existem "alguns riscos emergentes sobre as estimativas de necessidades de capital" do setor, "especialmente se as autoridades e os bancos não fizerem frente urgentemente e de maneira eficiente ao alto nível de inadimplência".

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