Economia

Troca de notas estragadas custa mais que novas

Brasília - A troca de cédulas desgastadas custou cerca de R$ 232 milhões no ano passado. Segundo o Banco Central (BC), gasta-se mais na troca de notas estragadas do que na produção de cédulas novas. Esse valor mostra que 80% do orçamento de R$ 290 milhões para a produção de notas vão para a substituição. […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.

Brasília - A troca de cédulas desgastadas custou cerca de R$ 232 milhões no ano passado. Segundo o Banco Central (BC), gasta-se mais na troca de notas estragadas do que na produção de cédulas novas. Esse valor mostra que 80% do orçamento de R$ 290 milhões para a produção de notas vão para a substituição.

De acordo com o chefe do Departamento do Meio Circulante do BC, João Sidney de Figueiredo Filho, cerca de 15% do dinheiro substituído ainda poderiam estar em circulação, ou seja, o desgaste não foi provocado pelo tempo de uso. “São casos de dinheiro descaracterizado por rabiscos, queimado ou que foi deixado na máquina de lavar”, conta. Ele afirma ainda que é comum as notas rasgarem depois de serem grampeadas. 

No ano passado, o descuido com o dinheiro e o desgaste provado pelo tempo de uso levaram à retirada de circulação de 1,8 bilhão de notas, contra 1,7 bilhões em 2008. Neste ano, segundo Figueiredo Filho, foram sendo recolhidas cerca de 150 milhões de notas por mês, em janeiro e fevereiro.

As notas que costumam ter menor tempo de vida útil são as de menor valor. “A maioria das pessoas têm mais respeito pelos valores maiores”, disse. As notas de R$ 2 duram em média 12 meses, enquanto as de R$ 10 e de R$ 20, cerca de 22 meses. As de R$ 5 têm 14 meses de vida útil. As de R$ 50 e de R$ 100, por sua vez, têm duração de 28 e 36 meses, respectivamente.

Foi com o objetivo de aumentar o tempo de vida útil das notas que se desgastam mais rapidamente – R$ 2 e R$ 5 – que o governo decidiu colocar uma camada de verniz nessas cédulas após a impressão. Com isso, ganha-se 30% de vida útil, diz Figueiredo Filho.

Ele afirma ainda que em regiões litorâneas e da Amazônia, o uso de dinheiro em vez de cartão de débito, por exemplo, é maior. Com isso, há mais desgaste das notas.

O dinheiro danificado é recolhido pela rede bancária e trocado pelo BC. Nos casos de notas muito danificadas, o cidadão preenche um formulário e a nota é enviada ao BC para avaliação. Se a nota for legítima e tiver mais da metade do tamanho correto, o BC substitui a cédula. “A gente se empenha para reduzir o prejuízo das pessoas, mas é necessário cuidado”, afirma Figueiredo Filho.

O dinheiro recolhido ao BC que não serve mais para uso é triturado e depositado em aterro sanitário. Há mais de dez anos, segundo Figueiredo Filho, o BC não queima as cédulas recolhidas. Entretanto, ainda se estuda uma proposta de destino das cédulas que seja melhor para o meio ambiente e não tenha custos elevados.

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