Economia

Trichet critica bancos e adverte que sem ajuda teriam desaparecido

Berlim - O presidente do Banco Central Europeu (BCE), o francês Jean-Claude Trichet, criticou com dureza as instituições bancárias por seu comportamento após a crise financeira. "Todos teriam desaparecido se não os tivéssemos socorrido", afirma Trichet em declarações adiantadas hoje pelo dominical alemão "Welt am Sonntag", nas quais ressalta sua incompreensão diante do fato de […]

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Da Redação

Publicado em 19 de junho de 2010 às 11h32.

Berlim - O presidente do Banco Central Europeu (BCE), o francês Jean-Claude Trichet, criticou com dureza as instituições bancárias por seu comportamento após a crise financeira.

"Todos teriam desaparecido se não os tivéssemos socorrido", afirma Trichet em declarações adiantadas hoje pelo dominical alemão "Welt am Sonntag", nas quais ressalta sua incompreensão diante do fato de que muitos executivos acreditem que podem atuar da mesma forma como faziam antes da ruína de Lehman em 2008.

O presidente do BCE critica especialmente os excessivos salários, bonificações e lucros alcançados no curto prazo sem relação com a economia real, que "não concordam com nossos valores democráticos fundamentais".

Além disso, defende a decisão do BCE, fortemente criticada pela Alemanha, de adquirir a partir de 9 de maio a dívida pública de países em crise como Grécia, Portugal e Irlanda.

"A situação era dramática demais. Europa era nesse momento o epicentro da crise", explica Trichet aos repórteres do rotativo que acompanharam seu trabalho ao longo de vários dias.

Trichet considera que os Governos alemão e francês têm uma apreciável responsabilidade na crise financeira dos Estados, que, explica, iniciou há seis anos quando França e Alemanha violaram o Pacto de Estabilidade e Crescimento.

"Gostaria que a opinião pública alemã tivesse reagido com a mesma indignação diante da ruptura do Pacto de Estabilidade em 2004 como diante da nossa decisão de comprar dívida pública. Os Governos foram pouco confiáveis durante meses e anos", assinala finalmente Trichet.

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