Economia

Traremos inflação para centro da meta em 2016, diz Tombini

Alexandre Tombini disse que, apesar da promessa de levar a inflação para o centro da meta, isso vai ocorrer apenas em 2016


	O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini: "nossa meta é 4,5% e vamos trazer essa meta em 2016"
 (REUTERS/Ueslei Marcelino)

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini: "nossa meta é 4,5% e vamos trazer essa meta em 2016" (REUTERS/Ueslei Marcelino)

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Da Redação

Publicado em 18 de dezembro de 2014 às 23h08.

São Paulo - O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, disse hoje que, apesar da promessa de levar a inflação para o centro da meta, definido em 4,5%, isso vai ocorrer apenas em 2016.

Ele afirmou que no próximo ano, novamente, o Brasil vai passar dentro dos parâmetros da meta, abaixo dos 6,5% - valor definido como limite máximo de tolerância.

A fala de Tombini ocorreu durante entrevista à Globo News na noite de hoje, quando ele reafirmou que o Brasil passa por um momento de realinhamento de preços: os domésticos em relação aos internacionais e os livres frente aos administrados. Passado esse período, de acordo com Tombini, será possível levar o custo de vida para 4,5%.

Em relação a 2014, ele garantiu que terminará abaixo dos 6,5% (teto da meta).

Tombini ponderou ainda que 2015 terá um início de ano mais pesado, com reajustes de tarifas e aumento de preços de produtos in natura em função das chuvas.

Ele observou que a despeito dessa pressão maior no custo de vida, "a política monetária vem sendo apertada".

"Temos de fazer melhor e vamos fazer melhor que isso. Nossa meta é 4,5% e vamos trazer essa meta em 2016", disse o presidente do BC.

Alta do dólar

O presidente do BC projetou impacto da alta do dólar no custo de vida. Segundo ele, a influência está entre 5% ou 6% no horizonte de 12 meses. Essa é a primeira vez que o presidente e o BC fazem esse exercício em 2014.

Ele lembrou que, com a mudança da política monetária nos EUA, o dólar se fortaleceu ante várias moedas do mundo e o Brasil não escapou a esse movimento.

"Vimos de abril até outubro um novo fortalecimento do dólar", afirmou. Apenas entre setembro e outubro, disse ele, a desvalorização do real foi de 10%. "Isso tem impacto nos preços domésticos, estimamos impacto de 5 ou 6% no horizonte de 12 meses. Agora precisamos apertar um pouco mais a política", afirmou.

"O quanto o dólar vai subir vai depender das reações de mercado", disse Tombini. "Nos próximos dias, vamos indicar a extensão dos swaps", lembrou, em referência aos detalhes sobre a continuidade dos leilões diários em 2015. Na terça-feira passada, durante audiência no Senado, o presidente do BC já havia afirmado que o programa de swaps pode ter oferta diária entre US$ 50 milhões e US$ 200 milhões a partir de janeiro. Atualmente, são US$ 200 milhões por dia.

A despeito da pressão vinda do dólar, a autoridade monetária, segundo Tombini, está tomando as medidas necessárias para impedir que os efeitos se propaguem pela economia. "O BC está especialmente vigilante", afirmou.

Nova equipe

Tombini confirmou hoje que está "mais feliz" com sinais trazidos pelos integrantes da equipe econômica indicada para o segundo mandato de Dilma Rousseff, formada por Joaquim Levy na Fazenda e Nelson Barbosa no Planejamento.

"Ministros indicados apontam para a consolidação fiscal", afirmou. "Nas palavras dos ministros recém indicados, estão falando de políticas que, se implementadas, facilitariam esse processo de convergência (da inflação) para a meta", argumentou. Ele lembrou ainda que a política fiscal e a monetária são complementares.

Sobre crescimento, Tombini citou a importância dos investimentos e que a porção maior deles é da iniciativa privada, mas que houve queda nos últimos anos. "Precisamos reforçar investimento privado e a confiança", disse. O presidente ainda disse que o País tem uma agenda para permitir a redução de spreads e de juros na economia.

Ele também se disse confiante de que o governo vai entregar a estabilidade ao Brasil nos próximos quatro anos e que o País está preparado para mudança no contexto internacional, sobretudo pela robustez das reservas internacionais.

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