Economia

Tombini recua sobre previsão de queda da inflação

Em um evento na Polônia, Tombini suprimiu de sua apresentação a previsão de que a inflação brasileira deve desacelerar no 2º semestre de 2013


	Alexandre Tombini: "A inflação de serviços tem caído de forma muito, muito lenta", afirmou Tombini.
 (Antonio Cruz/ABr)

Alexandre Tombini: "A inflação de serviços tem caído de forma muito, muito lenta", afirmou Tombini. (Antonio Cruz/ABr)

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Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.

Varsóvia - O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, fez nesta terça-feira um discurso mais cuidadoso com relação à inflação. Em evento na capital polonesa, o responsável pela taxa de juro brasileira suprimiu de sua apresentação a previsão de que a inflação brasileira deve desacelerar no 2º semestre de 2013.

Durante a apresentação a pouco mais de 50 pessoas em Varsóvia, Tombini repetiu a avaliação feita dias atrás nos Estados Unidos que a inflação mostra "resiliência" nos últimos meses. Dessa vez, porém, o presidente do BC retirou a frase que era dita logo em seguida: "a inflação de 2013 vai desacelerar no 2º semestre".

Em Varsóvia, Tombini exibiu uma das razões dessa mudança. A inflação de alimentos e bebidas acumula alta de 12,5% nos últimos 12 meses até fevereiro. Esse é o maior ritmo anual pelo menos desde 2004, citou o presidente do BC. Além disso, a inflação de serviços segue resistente. "A inflação de serviços tem caído de forma muito, muito lenta", disse, ao comentar que isso pode ser explicado em parte pela inclusão de milhões de famílias à classe média, o que aumenta a demanda por serviços. Nos últimos 12 meses, a inflação de serviços acumula alta de 8,7%, pouco abaixo dos 9% de 2011.

Dessa forma, a inflação de itens negociáveis - os tradables - acumula alta de 6,4% nos 12 meses acumulados até fevereiro, o patamar mais alto desde 2010, quando a alta foi de 6,9%. Logo em seguida, vale lembrar, no início de 2011, o BC iniciou ciclo de alta dos juros. Já a inflação de itens não comercializáveis - os non tradables - está em 9,1%, a mais alta pelo menos desde 2004.

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