Economia

Tombini prevê fim de pressão inflacionária

Atuais pressões inflacionárias tendem a arrefecer ou até mesmo a desaparecer; inflação está sob controle, segundo presidente do BC


	Tombini: "inflação tende a entrar em trajetória de convergência para a meta nos trimestres finais do horizonte de projeção"
 (Denis Balibouse/Reuters)

Tombini: "inflação tende a entrar em trajetória de convergência para a meta nos trimestres finais do horizonte de projeção" (Denis Balibouse/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 5 de agosto de 2014 às 12h12.

Brasília - O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou nesta terça-feira que as atuais pressões inflacionárias tendem a arrefecer ou até mesmo a desaparecer, defendendo que a inflação está sob controle e que fechará neste ano dentro dos limites da meta do governo.

Tombini, que participa de audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, disse ainda que não há "contradição ou incompatibilidade" entre as medidas macroprudenciais tomadas recentemente e a política monetária, e rejeitou que o país esteja em "estagflação".

"No médio prazo, pressões inflacionárias ora presentes na economia... tendem a arrefecer ou, até mesmo, a se esgotarem", afirmou Tombini, reforçando a indicação que a Selic não será reduzida e que a política monetária tem de continuar "vigilante".

"Mantidas as condições monetárias, isto é, levando em conta estratégia que não contempla redução do instrumento de política monetária, a inflação tende a entrar em trajetória de convergência para a meta nos trimestres finais do horizonte de projeção do Banco Central", afirmou ele, repetindo a frase publicada na última ata do Comitê de Política Monetária (Copom), divulga no mês passado.

A inflação em 12 meses tem ficado acima do teto da meta oficial, de 4,5 por cento pelo IPCA, com margem de 2 pontos percentuais para mais ou menos.

Atualmente, a Selic está em 11 por cento ao ano e, devido à fraqueza da economia mesmo com a inflação elevada, parte dos agentes econômicos acreditava que o BC poderia reduzir a taxa básica de juros em breve. O raciocínio foi enterrado com a clara sinalização dada pelo BC.

O presidente do BC defendeu ainda que o Brasil não vive um momento de "estagflação", com atividade econômica estagnada e inflação elevada.

Tombini também defendeu que, apesar de manter a Selic em níveis elevados, as medidas de estímulos ao crédito adotadas em julho não são contraditórias com a política monetária, que busca a estabilidade de preços.

"Gostaria de afirmar mais uma vez que não há qualquer contradição ou incompatibilidade entre as ações recentes de política macroprudencial e a política monetária, uma vez que são instrumentos que têm objetivos distintos", afirmou ele.

As medidas, que têm potencial para injetar 45 bilhões de reais no mercado, argumentou Tombini, buscam "assegurar a estabilidade financeira".

Sobre a atividade econômica, Tombini afirmou que ela ficou perto da estabilidade no primeiro semestre, mas que é esperada retomada no segundo semestre.

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