Presidente do Banco Central, Alexandre Tombini: (REUTERS/Ueslei Marcelino)
Da Redação
Publicado em 23 de outubro de 2012 às 18h48.
São Paulo - O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, disse nesta terça-feira que os impulsos dados à atividade econômica nos últimos meses ainda não se refletiram em sua totalidade e defendeu que o momento é de continuar investindo e consumindo no país.
Segundo ele, a economia brasileira já está ganhando velocidade e a atividade estará crescendo em torno de 4 por cento no segundo semestre e em 2013. E tudo isso num cenário de inflação sob controle.
"É um momento de olhar mais para dentro e, independentemente do ambiente internacional, continuar investindo e consumindo no pais dentro de um ambiente de absoluta estabilidade tanto no sistema financeiro quanto na economia em geral", afirmou Tombini ao participar de evento em São Paulo com empresários.
A estimativa oficial do BC para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano é de 1,6 por cento.
O mercado vê que a inflação está se afastando cada vez mais do centro da meta oficial, de 4,5 por cento pelo IPCA. Além disso, demonstra dúvidas sobre como a política monetária será conduzida em 2013. Parte acredita que o BC manterá a Selic na atual mínima histórica ao longo do ano que vem todo e outra parte acredita que ela pode ser elevada.
Tombini afirmou que os recentes choques nos preços das commodities, por causa da seca nos Estados Unidos, por exemplo, afetou os preços no Brasil, mas com menor intensidade e por um espaço de tempo curto.
"Em síntese, quero reafirmar que a inflação no Brasil está sob controle e se desloca na direção da trajetória de metas, ainda que de forma não linear", repetiu ele.
No cenário internacional, o presidente do BC voltou a afirmar que a perspectiva continua sendo de baixo crescimento econômico por um período prolongado, e que a Europa continua sendo a principal fonte de preocupação, mesmo com os avanços registrados nos últimos tempos.
Tombini disse ainda que é exagerada a percepção de que a economia brasileira é dependente da China, cuja economia deve se desacelerar com um "pouso suave".
"Não há como ignorar, entretanto, que o fraco desempenho da economia mundial e, em especial, a desaceleração do ritmo de crescimento da economia chinesa, ao contribuírem para o recrudescimento do comércio internacional, também impactam o desempenho da economia brasileira", afirmou ele.
O presidente do BC voltou a afirmar que o Sistema Financeiro Nacional (SFN) é sólido e que a autoridade monetária tem aperfeiçoado suas avaliações.
"O processo de aperfeiçoamento da regulação prudencial e da supervisão do sistema financeiro é um processo contínuo, sem fim, e precisa acompanhar as inovações que são incorporadas a todo dia pelos mercados", afirmou ele.
Na semana passada, o BC fez uma intervenção no banco BVA, a quinta ação desse tipo nos últimos dois anos.