Tombini voltou a dizer que a inflação vai convergir para o centro da meta em 2012 (Wilson Dias/ABr)
Da Redação
Publicado em 6 de outubro de 2011 às 18h26.
Brasília – A retração da economia internacional e a desaceleração da produção brasileira permitirão ao Banco Central (BC) continuar com cortes graduais dos juros básicos, disse hoje (6) o presidente da instituição, Alexandre Tombini. Ele reiterou que a inflação pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) convergirá para o centro da meta, de 4,5%, em dezembro de 2012.
Durante a solenidade de lançamento do novo sistema de busca de normas na página da instituição na internet, o presidente do BC declarou que a autoridade monetária deverá prosseguir com a redução da taxa Selic. “Olhando para a frente, nas atuais condições, o atual ajuste moderado dos juros é consistente com a convergência da inflação para o centro da meta no final de 2012”, destacou.
Para Tombini, a previsão de menor crescimento da economia brasileira neste ano e as medidas de contenção do crédito tomadas pelo Banco Central no fim do ano passado também ajudarão a conter a inflação. Segundo ele, a autoridade monetária está cumprindo o objetivo de reduzir a atividade econômica em 2011. “Já víamos em agosto sinais mais nítidos do processo de moderação. Em 2010, o PIB [Produto Interno Bruto] cresceu 7,5%. Em junho, [a expansão] no acumulado de 12 meses estava em 4,7%. Na revisão do Relatório de Inflação [publicado na semana passada], a projeção caiu para 3,5%”, declarou Tombini.
Sobre a alta do dólar nas últimas semanas, o presidente do BC disse que o Brasil está mais preparado para enfrentar mudanças repentinas na conjuntura internacional. Ele assegurou que o BC está pronto para mudar de rumos e agir caso detecte desequilíbrios, como ocorreu com a retomada da venda de dólares no mercado futuro e a interrupção da compra da moeda norte-americana no mercado à vista.
Tombini, no entanto, advertiu que o BC deve intervir caso descubra que investidores estejam aproveitando a subida da moeda norte-americana para especular. “Onde houver problemas localizados e as coisas fugirem do movimento internacional do dólar, asseguramos a entrada em ação em mercados específicos”.
Na avaliação do presidente do BC, os R$ 420 bilhões depositados pelas instituições financeiras no BC como compulsório e os cerca de US$ 350 bilhões em reservas internacionais oferecem um colchão de liquidez (dinheiro que pode ser usado no curto prazo) para a economia brasileira. Ele assegurou que a autoridade monetária voltará a comprar dólares para ampliar as reservas assim que as condições de mercado permitirem.
“Não abdicamos da política de acumulação de reservas internacionais. Essa diferenciação do país permitiu ao Brasil transitar de forma tranquila pela crise internacional. Esse colchão de liquidez vai continuar”, ressaltou.