Tombini: "Temos algumas indicações de que a demanda vem se moderando, que a economia vem crescendo em níveis mais compatíveis com a capacidade de oferta" (Wilson Dias/ABr)
Da Redação
Publicado em 5 de julho de 2011 às 14h26.
Brasília - O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou hoje que a economia real tem demonstrado maior moderação na comparação mensal. "Temos algumas indicações de que a demanda vem se moderando, que a economia vem crescendo em níveis mais compatíveis com a capacidade de oferta. Isto vai ajudar no processo de convergência da inflação para a meta de 4,5%", afirmou Tombini em entrevista após a audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. "Os resultados já estão aparecendo. O Brasil tem adotado políticas consistentes e vem atuando para trazer a nossa inflação do consumidor para o nível de 4,5%. Isso tem ocorrido e vai continuar ocorrendo ao longo do tempo", disse.
Sobre o fato de as projeções do próprio BC, divulgadas no relatório de inflação na semana passada, estarem apontando o IPCA acima de 4,5% em 2012, Tombini enfatizou que as projeções indicam que o processo de convergência já está em curso. "Obviamente, no plano internacional temos um cenário de grande incerteza. Tem havido revisões do crescimento da economia global para baixo. Isso pode no futuro próximo ser traduzido por preços de commodities que ajude no processo de controle da inflação no País", disse.
"No plano interno, as políticas que estão sendo adotadas têm defasagem para atuar sobre a economia e sobre a inflação. Essas defasagens, o impacto máximo das nossas políticas, serão sentidos agora no terceiro e quarto trimestres. Portanto, há grande chance de uma convergência maior das projeções para 4,5%", acrescentou.
Reservas
Tombini avaliou que o nível das reservas internacionais do País é adequado, mas moderado na comparação com outros membros dos chamados BRICS. Segundo ele, as reservas brasileiras equivalem a algo entre 14% e 15% do PIB, enquanto na Índia essa proporção ultrapassa os 20%, na Rússia supera os 30% e, na China, chega a um patamar superior a 50% do PIB.
"Temos um colchão de liquidez moderado em relação ao tamanho da nossa economia", afirmou Tombini. "A economia brasileira continua seu processo de inserção internacional, mas tomando precaução com fluxos intensos, devido à liquidez excessiva no mercado mundial que procura se capitalizar no país", acrescentou.