Alexandre Tombini: "quanto mais cedo se iniciar efetivamente a retirada dos estímulos monetários e quanto mais previsível for a sua intensidade e velocidade, menor será a volatilidade nos mercados financeiros" (Antonio Cruz/ABr)
Da Redação
Publicado em 10 de dezembro de 2013 às 13h03.
Brasília - O presidente do Banco Central brasileiro, Alexandre Tombini, defendeu nesta terça-feira que o Federal Reserve retire os estímulos à economia dos Estados Unidos o quanto antes, ao avaliar que isso traria menos volatilidade aos mercados.
"Na minha visão, quanto mais cedo se iniciar efetivamente a retirada dos estímulos monetários e quanto mais previsível for a sua intensidade e velocidade, menor será a volatilidade nos mercados financeiros internacionais", afirmou Tombini em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.
"Consequentemente, mais suave será o período de transição para a economia mundial", acrescentou.
Os mercados globais estão em compasso de espera pelo início da redução das compras de 85 bilhões de dólares em ativos pelo Fed, banco central norte-americano.
Essa forte injeção de recursos pelo Fed tem garantido liquidez aos mercados globais, mas há receios entre investidores sobre como será o processo de normalização das condições monetárias nos EUA e seus impactos nos fluxos de capitais, sobretudo para economias emergentes.
"O principal desafio dos agentes econômicos públicos, em especial dos bancos centrais, é assegurar que o período de transição seja o mais suave possível para as respectivas economias", disse Tombini.
Segundo ele, o Brasil "está preparado para atravessar esse período sem maiores sobressaltos", por ser credor internacional líquido, contando "com um nível confortável de reservas internacionais".
Tombini reafirmou que o BC manterá o programa de intervenção cambial em 2014 com alguns ajustes.