Economia

Tombini: crescimento mundial baixo continua por um bom tempo

Para presidente do BC, “penhasco fiscal” nos Estados Unidos e crise na Europa ainda preocupam


	Alexandre Tombini, presidente do Banco Central, no Encontros EXAME: economia continuará com fraco crescimento por longo período
 (Marcelo Camargo/ Agência Brasil)

Alexandre Tombini, presidente do Banco Central, no Encontros EXAME: economia continuará com fraco crescimento por longo período (Marcelo Camargo/ Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 23 de outubro de 2012 às 16h56.

São Paulo – A visão internacional de que o crescimento econômico mundial continuará baixo por um período prolongado é compartilhada por Alexandre Tombini, presidente do Banco Central.

“A crise econômica e financeira já dura cinco anos, com duas fases bem distintas e um breve período de retomada do crescimento, entre 2009 e 2011, que não se mostrou sustentável”, disse hoje em São Paulo, ao participar do ciclo de palestras e almoços Encontros EXAME.

O presidente do BC reforçou que o que se vê nas economias avançadas hoje é um elevado endividamento, com mercados financeiros ainda fragilizados, e níveis históricos de desemprego.

“O processo de desalavancagem das instituições financeiras, das famílias, das empresas e dos governos nas economias avançadas será longo e penoso”, disse.

Europa

Para Tombini, a Europa continua sendo o principal ponto de preocupação na economia mundial. O presidente do BC reforçou que a região promoveu nos últimos meses grandes avanços com a adoção de medidas para resolver o problema de liquidez e aliviar a dívida soberana dos países.

Essas medidas, segundo Tombini, ajudam a minimizar as consequências da crise. “Mas não são soluções prontas e definitivas, capazes de reestabelecer de uma hora para outra uma dinâmica de crescimento sustentável”, disse.


Para Tombini, a União Europeia ainda precisa aprofundar suas reformas para resolver os desequilíbrios e melhorar a competitividade do bloco.

Estados Unidos

Segundo o presidente do Banco Central, a questão mais preocupa nos Estados Unidos é o “fiscal cliff", ou “penhasco fiscal”.

Para superar a crise, os Estados Unidos precisaram promover uma série de incentivos fiscais que vencem no final deste ano e podem causar impacto nas contas das famílias e empresas.

Segundo Tombini, esse efeito poderia gerar uma contração fiscal de até 4,5% no PIB dos Estados Unidos, “o que representaria sepultar definitivamente qualquer esperança de recuperação da economia norte-americana e, consequentemente, da economia mundial, no curto prazo”, disse.

A aposta é de que os Estados Unidos farão ao menos uma renovação parcial dos incentivos para evitar um efeito maior na economia. Qualquer decisão, porém, só deverá ser tomada após as eleições presidenciais no país.

Veja como foi a apresentação de Alexandre Tombini:

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Confira também: Meta de inflação menor deve ser ambição do país, diz Tombini

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