Economia

Tombini: Brasil está preparado contra seca de capitais

Aprofundamento da crise econômica pode interromper a entrada de capitais no país. Segundo o presidente do Banco Central, o Brasil está pronto para esse contexto

Tombini: "Estamos preparados para uma parada dos fluxos. É um cenário com que não gostaríamos de lidar, mas estamos preparados" (Álvaro Motta/Veja)

Tombini: "Estamos preparados para uma parada dos fluxos. É um cenário com que não gostaríamos de lidar, mas estamos preparados" (Álvaro Motta/Veja)

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Da Redação

Publicado em 19 de setembro de 2011 às 10h18.

Lisboa - O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, afirmou hoje que o Brasil está preparado para uma interrupção dos fluxos de capitais no caso de um aprofundamento da crise global. "Estamos preparados para uma parada dos fluxos. É um cenário com que não gostaríamos de lidar, mas estamos preparados", disse Tombini, que está em Lisboa, onde participa da 21ª reunião de governadores de bancos centrais de países de língua portuguesa. O evento serve como uma etapa preparatória para a assembleia do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, que será realizada entre 20 e 25 de setembro, nos EUA.

Durante o encontro, Tombini também falou hoje sobre a posição brasileira adotada dentro do G-20 no debate a respeito do gerenciamento do fluxo de capitais. O G-20 formou dois grupos de discussão sobre medidas a serem tomadas em relação à crise, e o Brasil faz parte da coordenação do grupo sobre o gerenciamento de fluxos de capitais.

"O Brasil se contrapõe à posição de alguns membros de restringir os fluxos de capitais. Acreditamos que os fluxos voláteis são consequências dos desequilíbrios globais. Não acreditamos em diretrizes restritivas prescritivas que padronizem ou tentem restringir as opções de políticas disponíveis para os países", disse Tombini. "Consideramos que a abordagem deve ser abrangente, contemplando os países de onde esses fluxos se originam", observou.

Tombini afirmou ainda que a apreciação do dólar teve consequências nas remessas de divisas no Brasil. "Em relação aos fluxos, várias empresas exportadoras trouxeram seus recursos de fora do País. Antes da crise, tínhamos 35% de investimentos e 65% de capitais mais voláteis. Agora estamos numa situação em que temos fluxos de 65% de investimentos e 35% de capitais mais voláteis".

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