Economia

Tombini: BC tem trabalho à frente para conter inflação

Segundo Tombini, a inflação corrente atingirá níveis mais baixos nos meses à frente, mas no acumulado em 12 meses terá pico em agosto

Tombini disse já ver sinais de moderação no crédito ao consumo, como resultado das medidas da instituição nos últimos meses (Gustavo Lima/Agência Câmara)

Tombini disse já ver sinais de moderação no crédito ao consumo, como resultado das medidas da instituição nos últimos meses (Gustavo Lima/Agência Câmara)

DR

Da Redação

Publicado em 19 de maio de 2011 às 23h27.

Brasília - A atividade econômica e o crédito estão em ritmo de moderação, e a inflação corrente deve atingir níveis menores no período à frente, mas levá-la ao centro da meta em 2012 ainda demandará trabalho, afirmou o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini.

"Acho que temos trabalho à frente. O Comitê de Política Monetária comunicou a sociedade brasileira e participantes do mercado que temos trabalho à frente para ancorar consistentemente e trazer a inflação à meta de 4,5 por cento", afirmou Tombini nesta quinta-feira em teleconferência com a imprensa estrangeira.

O BC já elevou a taxa Selic em 1,25 ponto percentual este ano, para 12 por cento, mas anunciou que a inflação só chegará ao centro da meta no ano que vem.

Segundo Tombini, a inflação corrente atingirá níveis mais baixos nos meses à frente, mas no acumulado em 12 meses terá pico em agosto, por conta de efeitos estatísticos e da alta acumulada no início do ano.

Ele acrescentou que o crescimento de 0,5 por cento da atividade em março apontado por indicador do BC (IBC-Br) sinaliza um crescimento de cerca de 1,4 por cento no primeiro trimestre.

"Estamos em modo de moderação. O primeiro trimestre foi mais para forte, mas compatível com nossa avaliação e compatível com um crescimento de 4 por cento (do PIB) em 2011", afirmou.

Crédito x liquidez

Tombini disse, ainda, já ver sinais de moderação no crédito ao consumo, como resultado das medidas tomadas pela instituição nos últimos meses. Ele destacou ainda uma moderação do crédito oferecido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).


No primeiro trimestre, os desembolsos do banco público tiveram a primeira queda desde 2006, tendo recuado 2 por cento frente ao mesmo período do ano passado.

"O crédito está evoluindo em bases muito sadias", afirmou Tombini, reiterando previsão de que o estoque de crédito este ano crescerá menos de 15 por cento.

Para Tombini, as medidas macroprudenciais adotadas pelo governo estão funcionando. "Em dito isso, ainda há um volue elevado de liquidez no mercado", ressalvou.

Tombini reiterou argumento de que o BC não alterou sua postura em relação às medidas macroprudenciais. Elas foram tomadas tendo como objetivo dar mais segurança ao sistema financeiro, mas como têm impacto sobre o crédito, são levadas em conta pelo Copom na definição da política monetária.

"Temos dito isso desde o início", afirmou.

Desde dezembro, o BC elevou os compulsórios e o capital exigido dos bancos na concessão de empréstimos de longo prazo à pessoa física e aumentou a taxação sobre os empréstimos externos dos bancos.

A internacionalização da moeda brasileira, e também do iuan chinês, é um processo "inexorável", dado o peso das duas economias, afirmou Tombini.

Acompanhe tudo sobre:Alexandre TombiniBanco CentralEconomistasInflaçãoMercado financeiroPersonalidades

Mais de Economia

Governo anuncia bloqueio orçamentário de R$ 6 bilhões para cumprir meta fiscal

Black Friday: é melhor comprar pessoalmente ou online?

Taxa de desemprego recua em 7 estados no terceiro trimestre, diz IBGE

China e Brasil: Destaques da cooperação econômica que transformam mercados