Presidente do Banco Central, Alexandre Tombini: "postura da autoridade monetária tem sido nessa direção: não só de identificar a resistência (da inflação), mas ajustar a política monetária", disse (Ueslei Marcelino/Reuters)
Da Redação
Publicado em 2 de abril de 2013 às 12h38.
Brasília - O presidente do Banco Central reafirmou nesta manhã que a autoridade monetária está acompanhando a evolução do cenário macroeconômico para avaliar a necessidade de adotar medidas , acrescentando que a política monetária "já está sendo ajustada".
"A postura da autoridade monetária tem sido nessa direção: não só de identificar a resistência (da inflação), mas ajustar a política monetária, e já está sendo ajustada, sendo a comunicação parte disso", disse Alexandre Tombini em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.
Tombini citou ainda que as condições financeiras do mercado se alteraram desde janeiro, quando o BC mostrou mais preocupação com a inflação, mas reiterou que nenhum instrumento de política monetária foi retirado da mesa. Segundo ele, O BC usará esses instrumentos para atacar a inflação quando e se achar necessário O mercado acredita que o BC elevará a Selic --hoje na mínima histórica de 7,25 por cento ao ano-- apenas em maio, e não na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em abril.
Tombini voltou a afirmar que a inflação "mostra-se persistente nos últimos meses". Garantindo que o governo não é tolerante com a alta dos preços, ele avaliou que a inflação está sob controle, mas reconheceu que há riscos à frente.
No Relatório Trimestral de Inflação do BC, divulgado na semana passada, o BC informou que, em 12 meses, o IPCA deve estourar entre abril e junho o teto da meta --de 4,5 por cento mais 2 pontos percentuais.
Aos parlamentares nesta manhã, Tombini ainda destacou que "a recuperação da atividade econômica tem se materializado de forma gradual e a perspectiva é de ritmo mais intenso".
De acordo com ele, há sinais consistentes de recuperação da indústria, com indicadores antecedentes sugerindo crescimento no primeiro trimestre, mesmo após a queda de 2,5 por cento da produção em fevereiro.
O presidente do BC salientou também que o BC fará intervenções no mercado de câmbio em todas as suas dimensões, como no mercado futuro, para evitar "volatilidade excessiva".