O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini abre o seminário Preparando o Mercado de Câmbio para a Copa 2014 - Câmbio Manual e Transferências de Pequenos Valores (Wilson Dias/ABr)
Da Redação
Publicado em 19 de junho de 2011 às 10h30.
Brasília - O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, disse em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo que a inflação no Brasil ficará no centro da meta, de 4,5 por cento, em 2012, e que isso acontecerá com a economia crescendo.
"Olhamos para a inflação. Ajustamos nossos instrumentos para atingir a meta. Dito isso, o Banco Central reconhece que é possível trazer a inflação para a meta crescendo. Isso tem acontecido e acontecerá. Nós levaremos a inflação de volta para a meta de 4,5 por cento em 2012, com a economia brasileira crescendo", disse Tombini, na entrevista publicada na edição deste domingo de O Estado de S. Paulo.
Na entrevista, o presidente do BC diz que a autoridade monetária não trabalha sozinha no controle da inflação, mas dentro de uma estratégia de governo, "de moderação do crédito e de ajustes fiscal e monetário".
Ao ser questionado pelo jornal sobre qual é a influência da presidente Dilma Rousseff nas decisões do BC, Tombini respondeu que "a presidente dá o comando" e que esse comando tem sido para que as políticas sejam ajustadas visando "assegurar a estabilidade monetária e a inflação na meta".
Tombini reforçou que, desde que foi convidado para o cargo, tem dito que Dilma deu toda a autonomia para o BC atuar.
Com relação ao suposto risco de uma bolha de crédito no Brasil, Tombini disse que o BC trabalha cotidianamente "para que não ocorram excessos que levem a um risco sistêmico, a uma bolha que estoure ali na frente".
Questionado pelo jornal se o BC se preocupa com o câmbio, ele respondeu que o país adota o câmbio flutuante, mas que "o BC e o governo entendem que a intensidade dos fluxos causa problemas".
Tombini acrescentou que estão sendo utilizados instrumentos "para que o Brasil não aproveite inocentemente essa ampla liquidez internacional".