Crianças imigrantes passam por sinagoga em Tel Aviv, Israel: para Yishai, somente os considerados refugiados deveriam receber permissão para ficar no país (Uriel Sinai/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 16 de maio de 2012 às 10h59.
Jerusalém - Após o registro de vários delitos nas últimas semanas - supostamente cometido por imigrantes ilegais -, o ministro do Interior de Israel, Eli Yishai, declarou nesta quarta-feira que todos os imigrantes africanos 'deveriam ser presos'.
Em uma entrevista à emissora do Exército israelense, Yishai afirmou que a solução para esses últimos fatos é 'dura, mas simples: pôr todos eles, sem exceção, em prisões e centros de detenção', informou hoje o jornal israelense 'Hayom' em sua versão online.
'Acho que a maioria deles não (cometem delitos). Mas aqueles que cometerem, incluindo o delito mais leve, devem ser presos. Desta forma, eles poderão receber uma bolsa de deportação para ser enviados de volta aos países de origem. Estamos perdendo o país. Estes incidentes não ocorriam há três anos', remarcou.
Segundo o ministro, os imigrantes ilegais 'não respeitam a lei em Israel, e a prisão não assusta. Não possuem trabalho e ainda cometem delitos sexuais e contra a propriedade'.
Para Yishai, somente os considerados refugiados deveriam receber permissão para ficar no país.
'Não se pode pôr em perigo a segurança dos cidadãos de Israel', disse Yishai, pertencente ao partido ultra-ortodoxo sefardita Shas, que faz parte da coalizão de Governo do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu.
Quatro imigrantes africanos foram detidos ontem suspeitos de ter atacado e estuprado uma jovem de 19 anos no sul de Tel Aviv. Poucos dias atrás, um imigrante ilegal palestino também foi preso pelas mesmas acusações.
Aproximadamente 60 mil imigrantes ilegais residem em Israel, a maioria africanos vindos de países como Eritréia e Sudão. Eles chegam ao país através da península egípcia do Sinai, onde Israel constrói uma barreira de segurança para impedir a entrada dos mesmos.
Em janeiro, o Parlamento israelense (Knesset) aprovou uma controvertida lei que permite prender por até três anos e sem julgamento os imigrantes ilegais e os refugiados.