Ministro da Economia, Paulo Guedes (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Estadão Conteúdo
Publicado em 9 de abril de 2021 às 17h10.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, minimizou os problemas entre o governo e o Congresso relacionados à sanção do Orçamento aprovado com corte de despesas obrigatórias e considerado inexequível.
Ele isentou o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e responsabilizou ministros que seriam "mais ousados" na negociação de emendas com parlamentares. "Sempre tem ministro mais ousado, tem ministro fura-teto", disse. "Esquecem de combinar com os outros e a conta não fecha", acrescentou.
Apesar de não ter deixado claro a quem se referia, grande parte das emendas que teriam extrapolado os acordos políticos estariam relacionadas ao Ministério do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, um conhecido desafeto de Guedes.
Guedes deu a entender, inclusive, que o relator, Márcio Bittar (MDB-AC), teria incluído emendas a mais porque teria recebido uma promessa de mais recursos para seu Estado.
O ministro disse acreditar em um acordo e afirmou que todos os envolvidos na discussão estão em parte certos e errados na discussão. "A coalizão de centro-direita quer emendas que se encaixem no Orçamento. Mas quase duplicou", afirmou.
Guedes comentou que essa foi a primeira vez que o governo elaborou o Orçamento em conjunto com o Congresso e que os parlamentares de centro-direita têm direito a encaixar suas emendas dentro do Orçamento. "Nunca o Congresso recebeu e carimbou tantos recursos; é assim em outros países do mundo", afirmou. "Todo mundo com um pouco de razão e erro aqui."
Sem apontar os culpados pelo Orçamento fictício, Guedes afirmou que sua função é dizer se os acordos políticos cabem ou não na peça. "Quero preservar a figura do presidente da Câmara que cumpriu sua parte", disse, sobre Lira.
Ainda segundo ele, o presidente Jair Bolsonaro e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), assim como o próprio ministro, também têm defendido o cumprimento dos acordos políticos sobre o tema. "Acordos precisam ser cumpridos, o problema é como."
O ministro disse que sua equipe acompanhou acordos políticos que somavam R$ 8 bilhões e R$ 16 bilhões. "De repente teve acordo que extrapolou", afirmou. "Todos mundo está junto no erro. Quando somou deu quase o dobro do combinado."