Economia

The Economist diz que sul do Brasil sofre menos com recessão

A revista ressalta que a região também difere do restante do Brasil por alguns aspectos, como o clima, por exemplo

Brasil: a The Economist salienta que a maior diferença hoje dessa região do Brasil com as demais está na área econômica (foto/Thinkstock)

Brasil: a The Economist salienta que a maior diferença hoje dessa região do Brasil com as demais está na área econômica (foto/Thinkstock)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 24 de novembro de 2016 às 15h53.

Londres - A revista britânica The Economist, que será distribuída no fim de semana, traz um longo artigo a respeito do Sul do Brasil na seção "The Americas".

A publicação cita que os três Estados têm sofrido menos com os piores danos da recessão econômica pela qual atravessa o País e salienta que a sorte da região começa com o clima e a geografia. "Não é o país que você conhece", enfatiza o semanário.

A The Economist lembra que a população local é descendente de imigrantes da Alemanha, Polônia e outros países da Europa Central que, juntamente com os italianos do norte, colonizaram a região a partir de meados do século 19.

Para localizar os leitores europeus, que às vezes têm dificuldade de dimensionar o tamanho do País, a edição lembra que o Sul tem uma área do tamanho da França e uma população de 29 milhões de habitantes.

A revista ressalta que a região também difere do restante do Brasil por alguns aspectos, como o clima, por exemplo.

Cita que a temperatura pode cair abaixo de zero em terrenos montanhosos, alguns telhados são inclinados, como que construídos para não reter neve, que os sulistas preferem chá de erva-mate a cafezinhos e que olham tanto para o Uruguai e para a Argentina quanto para o resto do Brasil.

"Florianópolis, capital de Santa Catarina, tem voos para Buenos Aires, mas não para Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, o segundo maior Estado do País", ilustra a publicação.

Apesar desses dados curiosos, a The Economist salienta que a maior diferença hoje dessa região do Brasil com as demais está na área econômica.

"Embora a região não tenha sido poupada da pior recessão da história moderna do Brasil, seus efeitos foram mais leves", concluiu a revista, citando a taxa de desemprego local de 8% ante a média nacional de 11,8% e a manutenção da arrecadação no ritmo da inflação - o que sinalizaria um nível de consumo resiliente.

"Esta força tem suas origens na história industrial, mas a região tem lições para ensinar o resto do Brasil."

A publicação revela ainda que a desigualdade na região é menor do que no restante do País, que o Produto Interno Bruto (PIB) per capita é superior à média nacional e que os alunos da região superam a maioria dos outros estudantes brasileiros em testes internacionais.

Para apresentar a reportagem, a revista ouviu o governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, e avaliou que os governos locais impuseram menos "da burocracia corporativa pela qual o Brasil é famoso".

Diz ainda que os Estados do Sul estão entre os mais competitivos do País.

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