Economia

The Economist destaca fraqueza da economia brasileira

Com título "A deterioração", texto chama atenção para atual cenário econômico que conta com fraco crescimento, inflação persistente e déficit público crescente


	Dilma Rousseff: "A equipe de Dilma Rousseff pode estar correta no julgamento político, mas eles têm pouco espaço para manobra", diz a Economist
 (Celso Junior/Reuters)

Dilma Rousseff: "A equipe de Dilma Rousseff pode estar correta no julgamento político, mas eles têm pouco espaço para manobra", diz a Economist (Celso Junior/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 5 de dezembro de 2013 às 16h41.

Londres - A revista The Economist que chega às bancas neste fim de semana publica reportagem sobre a recente contração da economia brasileira.

Com o título "A deterioração", o texto chama atenção para o atual cenário econômico que conta com fraco crescimento, inflação persistente e déficit público crescente. Ao ouvir economistas, a publicação diz que a recessão técnica não é descartada e que, quanto mais o governo insistir em adiar medidas para corrigir o rumo da economia, mais forte terá de ser a dose do remédio.

"Analistas do mercado financeiro correram para cortar suas previsões já anêmicas de crescimento neste e no próximo ano", diz a revista, ao comentar a reação dos economistas à contração de 0,5% da economia brasileira no terceiro trimestre, anunciado nesta semana. "O quarto trimestre também pode registrar uma contração, prevê o banco de investimentos Nomura, o que colocaria o Brasil em recessão técnica", completa a revista.

A publicação nota que, mesmo que a recessão não seja confirmada, o estrago já foi feito. "Mesmo que isso (a recessão técnica) não ocorra, o veredicto sobre a economia da presidente Dilma Rousseff já parece claro. O crescimento médio será de aproximadamente 2% com inflação de 6%. As finanças públicas se deterioram acentuadamente e um inchado déficit em conta corrente completam o quadro desanimador", diz o texto.

Ao citar as eleições presidenciais em outubro de 2014, a revista lembra que as medidas para ajustar as contas públicas prejudicariam o crescimento da economia antes que os benefícios macroeconômicos fossem notados.

"Por isso, medidas estão sendo adiadas. Mas quanto mais o governo adia, mais profunda será a correção que terá de ser feita e maior o risco de tentar conciliar simultaneamente a inflação, gastos públicos e câmbio".

Apesar do tom crítico, a Economist reconhece que a situação do Brasil não é de calamidade. "A inflação, embora elevada, não está fora de controle. Um programa de infraestrutura, ainda que com muito atraso, está finalmente em andamento. O desemprego está perto das mínimas históricas. A renda real está aumentando, ainda que não tão rápido como antes. E a popularidade da presidente duramente atingida durante os protestos de junho se recuperou um pouco e nenhum dos adversários mostra sinais de decolar", diz a revista.

"A equipe de Dilma Rousseff pode estar correta no julgamento político, mas eles têm pouco espaço para manobra".

Acompanhe tudo sobre:economia-brasileiraEmpresasGoverno DilmaThe Economist

Mais de Economia

Pacheco afirma que corte de gastos será discutido logo após Reforma Tributária

Haddad: reação do governo aos comentários do CEO global do Carrefour é “justificada”

Contas externas têm saldo negativo de US$ 5,88 bilhões em outubro

Mais energia nuclear para garantir a transição energética