Edifício-Sede do Banco Central em Brasília. (Marcelo Casal/Agência Brasil)
Agência de notícias
Publicado em 4 de junho de 2024 às 08h45.
O relator da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que dá autonomia financeira e administrativa ao Banco Central (PEC 65), senador Plínio Valério (PSDB-MA), apresentará seu texto ao Congresso nesta terça-feira, 4.
Na segunda, 3, o Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal) iniciou uma campanha contra a proposta no rádio. “Estamos fazendo outras coisas além da campanha no rádio e a ideia é que a PEC seja retirada de pauta”, disse ao Estadão/Broadcast o presidente do Sinal, Fabio Fayad.
A PEC 65 é uma bandeira do presidente do BC, Roberto Campos Neto que já conseguiu a autonomia operacional da autarquia e gostaria de ver a independência completa até o fim do seu mandato, em dezembro. Em abril, o relator ameaçou concluir seu texto até o fim de maio, mesmo sem a manifestação do governo, que tem reservas ao avanço da proposta.
O governo não é contrário à ideia de que o BC tenha mais autonomia. Mas quer que o tema seja debatido por mais tempo, e depois que outras pautas, consideradas mais urgentes, tenham avançado no Congresso.
Além de Campos Neto, toda a diretoria do BC já se manifestou a favor da ampliação da independência do órgão. Entre os funcionários, apesar da resistência inicial generalizada, parte dos servidores começa a aceitar a possibilidade de mudanças. A maior resistência vem dos aposentados do BC.
O Estadão/Broadcast apurou que, após a apresentação do parecer de Valério, hoje, a expectativa é de que o texto seja encaminhado à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) ainda esta semana.
Sindicatos
Os sindicatos de servidores do BC têm apresentado posições divergentes sobre a PEC. A Associação Nacional dos Analistas do Banco Central (ANBCB) entende que a autonomia orçamentária é um passo necessário para a “evolução da instituição e para que exerça sua missão perante a sociedade e o País”.
“Neste sentido, os servidores são favoráveis à PEC 65, com ajustes que busquem preservar as prerrogativas necessárias à execução das nossas atividades e uma transição adequada entre os regimes”, disse a presidente da ANBCB, Natacha Gadelha.
Já Fayad, do Sinal, diz que não vai propor mudanças no projeto porque ele é inconstitucional. “Então, nós vamos lutar contra a PEC”, diz.