Economia

Tetracampeonato não terá "efeito extra" sobre economia alemã

Em Frankfurt, capital financeira de Alemanha, as ruas estavam em calma nesta segunda-feira de manhã, depois de uma noite de comemorações pelo título mundial


	Frankfurt: bandeiras alemãs se espalharam pela bolsa e negociadores vestiam camisa da seleção
 (Ralph Orlowski/Reuters)

Frankfurt: bandeiras alemãs se espalharam pela bolsa e negociadores vestiam camisa da seleção (Ralph Orlowski/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 14 de julho de 2014 às 19h41.

Frankfurt am Main - O tetracampeonato da Alemanha na Copa do Mundo causou euforia no país de Angela Merkel, mas analistas acreditam que a vitória terá pouco impacto na economia de um país já confiante.

Em Frankfurt, capital financeira de Alemanha, as ruas estavam em calma nesta segunda-feira de manhã, depois de uma noite de comemorações pelo título mundial conquistado pela equipe de Joachim Low no Maracanã sobre a Argentina (1x0 na prorrogação).

As bandeiras alemãs se espalharam pela bolsa de valores, onde os negociadores não hesitaram em trocar o tradicional terno e gravata pela camisa da seleção.

Muitos até assistiam aos melhores momentos do jogo, transmitidos várias vezes pelas redes de televisão do país para prolongar a comemoração.

"Realmente foi uma linda história. Os negociadores estão bem felizes, mas cansados", disse Raimund Strätz, encarregado do mercado de obrigações para o banco ICF AG, sem tirar os olhos dos gráficos de cotação das ações.

O Dax, principal índice alemão, abriu estável neste segunda e avançou no decorrer do dia, para fechar em alta de 1,21%.

"Não dá para esperar que esta vitória tenha um efeito grande na bolsa. As crises geopolíticas e a situação econômica continuam em primeiro plano para os investidores", ressaltou Robert Halver, chefe do departamento financeiro do Baader Bank.

Essa opinião foi compartilhada por Holger Bahr, economista do DekaBank. "Para alguém que se interessa por futebol, naturalmente é uma história bonita, mas as repercussões (econômicas) são realmente limitadas", explica o analista à AFP.

"Mas consideramos que a situação no país já é muito boa", ressalta.

Adidas, a grande ganhadora

Em 2006, quando a Alemanha foi sede do Mundial e sua seleção chegou às semifinais apresentando um bom futebol - e o país abandonava o status de "homem enfermo da Europa" -, os efeitos econômicos foram mais perceptíveis, mas neste ano a maior economia europeia já está sólida.

"A maioria das pesquisas mostra que a confiança dos consumidores já está forte, na medida que a Alemanha deve atravessar um período de crescimento satisfatório do consumo nos próximos anos, com título mundial ou não", analisa Christian Schulz, economista da Berenberg.

O governo alemão não pensa em modificar seus prognósticos de crescimento econômico, declarou nesta segunda-feira um porta-voz do Ministério da Economia, durante uma coletiva de imprensa.

Entretanto, algumas empresas lucram com a vitória alemã na Copa. A Adidas, patrocinadora das duas equipes finalistas, vendeu mais de dois milhões de camisas da seleção e projeta uma nova onda de vendas, com a nova edição da camisa com as quatro estrelas simbolizando o tetracampeonato.

"Nestes últimos dias, o consumo de cerveja e sorvete aumentou, graças às transmissões das partidas em locais públicos", disse Holger Bahr.

Também cresceu a entrega de pizzas a domicílio. A rede alemã Joey's Pizza teve um aumento de 20% nos seus lucros durante a Copa, dobrando as vendas na noite da final, disse um porta-voz da empresa.

Ao longo da Copa do Mundo, bares, cafés e restaurantes, em geral, registraram um balanço positivo, informou a Dehoga, federação de hotelaria do país, sem avaliar com precisão as cifras de negócios.

Acompanhe tudo sobre:AlemanhaCopa do MundoEsportesEuropaFrankfurtFutebolPaíses ricos

Mais de Economia

Economia argentina cai 0,3% em setembro, quarto mês seguido de retração

Governo anuncia bloqueio orçamentário de R$ 6 bilhões para cumprir meta fiscal

Black Friday: é melhor comprar pessoalmente ou online?

Taxa de desemprego recua em 7 estados no terceiro trimestre, diz IBGE