Economia

Teto foi furado em contexto de pandemia e não será furado toda hora, diz Guedes

"O Brasil está condenado a crescer", disse o ministro

Guedes: "Teto foi furado em contexto de pandemia e não será furado toda hora" (Adriano Machado/Reuters)

Guedes: "Teto foi furado em contexto de pandemia e não será furado toda hora" (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 3 de agosto de 2022 às 18h45.

Última atualização em 3 de agosto de 2022 às 19h04.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que havia muito pessimismo sobre a situação fiscal do Brasil, mas o governo está conseguindo o primeiro superávit primário anual desde 2013 e o teto foi violado por questão emergencial da pandemia e não será furado toda hora.

A relação entre a dívida bruta e o produto interno bruto (PIB), que os analistas previam que fosse superar 100%, agora está em 78,2%, afirmou Guedes para um auditório lotado no evento da XP nesta quarta-feira.

"Vamos usar dividendos estatais e manter o superávit primário", afirmou o ministro. "Quando nos perguntam se violamos o teto, a resposta é sim, porque o teto impede o governo de investir", disse Guedes, afirmando que isso ocorreu por causa dos gastos extras exigidos pela pandemia, uma situação não prevista.

"Nós não vamos morrer por um princípio de austeridade, vamos respeitá-lo", afirmou o ministro. "Não vamos furar o teto toda hora."

Guedes disse que é de uma geração onde se levava 15 anos para resolver uma crise fiscal no Brasil. Agora, em cerca de um ano e meio se resolve. "Fizemos um fiscal forte; não demos subsidio à gasolina, reduzimos impostos", afirmou.

"Reforma administrativa invisível"

O ministro da Economia afirmou que o governo fez uma reforma administrativa invisível, com a digitalização de serviços, além de uma reforma tributária silenciosa, com a redução de impostos. As declarações foram feitas durante o evento Expert, da XP.

Guedes ainda declarou a reforma tributária precisa ser concluída pelo Senado. Pela proposta aprovada pela Câmara, haverá a taxação de dividendos, correção da tabela de imposto de renda pessoa física (IRPF) e queda nas alíquotas para empresas.

O ministro também fez um balanço das realizações do governo ao afirmar que foram celebrados diversos acordos comerciais nos últimos três anos e que as tarifas de importação foram reduzidas pela primeira vez nos últimos 40 anos.

Entre eles, o Mercosul assinou um acordo de livre comércio com Singapura e os países do bloco sul-americano chegaram ao consenso para a redução em 10% da Tarifa Externa Comum (TEC).

"A economia está avançando em todas as dimensões. Às vezes, a política bloqueia um caminho e vamos pelo outro. O Brasil está condenado a crescer. Temos R$ 890 bilhões em investimentos já contratados para dez anos. Estamos com 3 milhões de empregos formais desde o fundo do poço", disse.

(Estadão Conteúdo)

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