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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h45.
Brasília - O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, afirmou hoje que não há necessidade de adoção de medidas para "segurar" o crescimento da economia brasileira. Ele não se referiu diretamente ao Banco Central, que na semana passada subiu os juros básicos (taxa Selic), mas ressaltou que tratava de todas as medidas de política econômica, fiscais ou monetárias.
Para ele, o País hoje cresce em um ritmo adequado, dentro do cenário que estava previsto pelo Ministério da Fazenda, e que o conjunto de medidas de política econômica deve buscar a melhor equação, em que a economia "não deve crescer demais nem de menos".
"O que nós temos dito e eu reitero hoje é que o crescimento da economia brasileira, ao contrário do que algumas análises indicavam, não é um crescimento que se aproxima de um superaquecimento, de um crescimento excessivo. Portanto, nós temos que tomar as medidas do ponto de vista da política econômica compatíveis com um crescimento que já está ajustado àquilo que foi previsto", afirmou.
"Nós não estamos crescendo além do previsto, portanto nós não temos que tomar medidas que segurem a economia. Nós temos é que manter as coisas andando", disse o secretário.
Augustin colocou em pauta, inclusive, um risco de que a economia reduza demais seu ritmo de crescimento. Para que isso não ocorra, o secretário disse que é necessário cuidado. "(O processo de acomodação) exige uma atenção redobrada. Ou seja, não devemos deixar de estar preocupados de que a economia cresça aquilo que se espera. Crescer menos seria, na nossa opinião, bastante negativo", disse, argumentando adicionalmente que não acredita em expansão de menos de 6,5% este ano.
"Acho que não chegamos a esse ponto", afirmou o secretário. Ele disse que indicadores como o da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que mostrou menor ritmo da produção industrial e do uso da capacidade instalada, reforçam a preocupação de não reduzir muito o crescimento.
Redução de despesas
O secretário do Tesouro avaliou que a redução das despesas foi o principal motivo para a melhora do resultado das contas do governo central de maio para junho. De acordo com o secretário, as despesas de custeio e capital do governo central caíram R$ 2,3 bilhões de um mês para outro.
Ele negou, no entanto, que o governo tenha segurado as despesas para fazer o superávit. "É normal. Temos mês em que se gasta mais e em outros, menos", disse. Enquanto em maio as contas do governo central apresentaram um déficit de R$ 517,9 milhões, em junho o resultado foi superavitário em R$ 631 milhões.