Coreia do Norte: "O crescimento das tensões na região poderia tornar os fluxos de capital e as taxas de juros mais voláteis" (Chung Sung-Jun/Getty Images)
AFP
Publicado em 4 de outubro de 2017 às 17h18.
As tensões crescentes em torno do programa nuclear da Coreia do Norte podem representar uma ameaça ao crescimento robusto na Ásia, apontou um economista do Banco Mundial.
O Produto Interno Bruto (PIB) da Ásia Oriental e da região do Pacífico deve crescer 6,4% neste ano, 6,2% no ano que vem e 6,1% em 2019, um pouco melhor que as previsões do BM publicadas em abril.
"O desenvolvimento da Ásia Oriental e do Pacífico é melhor que em qualquer outra região em desenvolvimento do mundo, e deve seguir nesta direção", declarou nesta quarta-feira (4) Sudhir Shetty, economista-chefe da instituição na Ásia.
Essa evolução é explicada por "um ambiente externo favorável e uma demanda interna robusta", indicou ele, comentando as estimativas do último relatório do BM.
Contudo, as tensões com a Coreia do Norte "podem potencialmente afetar as trocas, bem como o acesso a financiamentos externos" e, portanto, ter impacto na economia, advertiu Shetty, que falou à imprensa por videoconferência de Bangcoc.
"O crescimento das tensões na região poderia tornar os fluxos de capital e as taxas de juros mais voláteis e levar a taxas mais elevadas", acrescentou.
Pyongyang tem feito diversos testes balísticos e nucleares, violando resoluções da ONU, enquanto o líder norte-coreano Kim Jong-Un e o presidente americano Donald Trump se enfrentam em uma guerra verbal.
O aumento do protecionismo dos Estados Unidos durante o governo Trump e incerteza provocada pela saída do Reino Unido da União Europeia também representam ameaças, alertou.
A China, segunda maior economia mundial, deve ver seu PIB avançar 6,7% neste ano, 6,4% em 2018 e 6,3% em 2019, enquanto a atividade econômica se equilibra entre demanda externa e consumo interno, segundo o documento.
O crescimento econômico das cinco maiores economias do Sudeste Asiático deve ser de 5,1% neste ano e 5,2% em 2018 e 2019, um pouco acima das estimativas anteriores do BM.