Economia

Tempo menor é compromisso com inflação a 4,5%, diz Barbosa

O governo deu um claro sinal de que quer trazer a inflação para o centro da meta, ao diminuir a tolerância para 1,5 ponto percentual, segundo o ministro


	O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa: "ao reduzir o intervalo, estamos reafirmando e aumentando o nosso compromisso de trazer a inflação para 4,5%"
 (José Cruz/ Agência Brasil)

O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa: "ao reduzir o intervalo, estamos reafirmando e aumentando o nosso compromisso de trazer a inflação para 4,5%" (José Cruz/ Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 26 de junho de 2015 às 20h02.

O governo deu um claro sinal de que trabalha para reduzir a inflação a 4,5%, o centro da meta, ao diminuir a tolerância de 2 pontos percentuais para 1,5 ponto percentual.

A análise é do ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, em entrevista dada em seu gabinete.

“Ao reduzir o intervalo, estamos reafirmando e aumentando o nosso compromisso de trazer a inflação para 4,5% e o Banco Central está tomando as medidas que eles consideram necessárias para fazer isso o mais rápido possível”, disse Barbosa.

O relatório de inflação divulgado na quarta-feira, pelo Banco Central, informou que é de 99% a chance de o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ultrapassar o limite de 6,5% neste ano, mas o cenário de referência aponta para uma inflação de 4,8% no fim de 2016.

Barbosa também afirmou que a política fiscal está procurando auxiliar o reequilíbrio macroeconômico do Brasil, o que ajuda a combater a inflação.

Lava Jato

O ministro reconheceu que pode haver algum impacto de curto prazo no crescimento com as consequências econômicas das investigações do escândalo de corrupção que atingiu a Petrobras, conhecidas como Operação Lava Jato.

“Os desdobramentos dessa investigação têm impacto de curto prazo, mas o Brasil sairá mais forte”, afirmou, ressaltando que elas não prejudicam o recém- lançado programa de concessões em infraestrutura.

Para Barbosa, o Brasil tem instituições fortes e sólidas para lidar com isso e, ao mesmo tempo, manter a continuidade de empregos e negócios.

“Algumas pessoas e empresas têm a necessidade de apresentarem suas defesas, mas há instituições para processar isso sem afetar demasiadamente os níveis de atividade e investimento no curto prazo. Tenho certeza que economia e sociedade brasileiras sairão mais fortalecidas”.

Investidores Estrangeiros

Na próxima semana, Barbosa acompanha a presidente Dilma Rousseff em uma viagem aos Estados Unidos e, na segunda-feira, vai abrir um seminário sobre infraestrutura em Nova York.

Ele levará uma mensagem de confiança aos investidores estrangeiros ao dizer que o Brasil é uma economia com grandes oportunidades de investimento porque há demanda reprimida em infraestrutura, transportes, logística, telecomunicações, energia e eficiência energética.

“Brasil é economia de mercado com tradição de respeitar contratos, é democracia avançada com regras estáveis que procuram defender os interesses de consumidores e garantir rentabilidade e previsibilidade para os investidores privados”, afirmou.

O ministro também vai ressaltar aos investidores que a estratégia do governo é de reequilíbrio fiscal gradual compatível com a recuperação do crescimento da economia. “Mais importante que resultados mensais é a trajetória de recuperação”, disse Barbosa.

“As receitas estão vindo muito abaixo do que se esperava inicialmente e estamos avaliando quais são as medidas necessárias para lidar com esse cenário”, afirmou. Uma decisão será revelada em julho, na publicação do decreto bimestral de avaliação e execução do orçamento.

Os potenciais investidores nos programas de concessão em infraestrutura também vão ouvir do ministro do Planejamento que o governo está comprometido com uma estratégia consistente de recuperação do crescimento, geração de empregos e aumentos sustentáveis dos salários.

“Equilíbrio fiscal e controle da inflação são condições necessárias para essa recuperação. Essa construção das novas bases leva algum tempo e pode gerar algumas flutuações e debate político, mas estamos mantendo a direção e adotando ações sequenciais que vão gradualmente melhorar a situação”, explicou Barbosa.

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